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O promotor Cid Vasques, do Ministério Público Estadual, desconfia que Roberto Requião, agora candidato a senador pelo PMDB, tenha requerido aposentadoria como ex-governador. Para ter certeza, endereçou pedido ao procurador de Justiça do Estado, Olympio de Sá Sotto Maior Neto, para que mande verificar nos escalões do Exe­­­cutivo se isso é verdade.

Por precaução, Vasques já foi avisando: aposentadoria de ex-governadores, um benefício só existente no Paraná e no Mato Grosso do Sul, é inconstitucional, conforme decisão já proferida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Logo, se Requião ainda não requereu o benefício, é preciso evitar que o faça. E se o fez, que o governador Orlando Pessuti indefira.

No ofício encaminhado ao procurador Olympio Sotto Maior, o promotor Cid Vasques levanta toda a jurisprudência que sustenta a inconstitucionalidade do artigo 85 da Constituição Estadual, que prevê o benefício.

Em seguida, apela para os brios do Ministério Público. Segundo ele, o MP não pode ficar a reboque de denúncias da mídia – no aconteceu no caso dos "Diários secretos" da As­­sembleia Legislativa. Ao contrário, precisa tomar a iniciativa. "A meu ver – diz ele – impõe-se a emissão de sinais claros à sociedade paranaense no sentido de que a nossa Ins­­tituição sempre age de forma proativa e não à deriva dos fatos e pautas alheias".

Vasques requer que o MP recomende ao governador Orlando Pessuti que indefira eventual pedido de Requião para obter a aposentadoria de ex-governador – benesse vitalícia prevista na Constituição paranaense com a mesma redação da existente na carta do Mato Grosso do Sul, já derrubada pelo STF.

O promotor pede, ainda, a abertura de inquérito civil público pela Promotoria de Justiça de Proteção ao Pa­­­trimônio Público, "objetivando apurar a existência de eventual pagamento da referida verba a ex-governadores do estado, com a consequente propositura de ação civil pública se a situação assim recomendar".

O ofício do promotor Cid Vasques, que só agora chegou ao conhecimento da coluna, foi protocolado no dia 7 de abril – poucos dias após Requião ter deixado o governo. Portanto, já são decorridos quase três meses, mas não se sabe até agora se as providências requeridas ao procurador Olympio Sotto Maior foram tomadas.

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Olho vivo

Sopapo 1

Pode não render nenhum voto ao candidato a deputado federal Rubens Bueno, do PPS, mas a reação que teve ontem diante de Roberto Requião causou inveja a muita gente: Bueno simplesmente deu um soco no rosto do ex-governador Roberto Requião. Foi uma cena horrível que só não pode receber o adjetivo de inimaginável porque esta não foi a primeira vez que Requião foi vítima do infortúnio de receber sopapos.

Sopapo 2

Aconteceu ontem no aeroporto de Campo Mourão, quando Rubens, políticos e populares da região esperavam a chegada de Beto Richa, convidado a participar da tradicional festa do carneiro no buraco promovida pelo município. Requião chegou pouco antes e foi logo dizendo: "Quando eu era governador, sempre tinha um monte de puxa-sacos me esperando. Agora só tem estes (desculpem os leitores) bostas aqui". Em seguida estendeu a mão para Rubens, que negou o cumprimento, chamou-o de canalha e desferiu-lhe o soco no rosto.

Sopapo 3

No Twitter, Requião deu outra versão, não exatamente com a de testemunhas, mas a palavra dele precisa ser acolhida. Informou ele: "Estendi a mão para cumprimentar o ‘limpinho’ que negou o cumprimento e tentou me arranhar como uma gata estérica (sic). Levou o peteleco que merecia." O fato é que a turma do deixa-disso evitou que a briga corporal prosseguisse.

Na marra

De última hora, o PSDB paranaense teve de incluir na lista de seus candidatos a deputado estadual o ex-prefeito de União da Vitória, Hussein Bakri. A candidatura concorria, na mesma região, com a de dirigentes do partido que disputam o mesmo cargo. Para garantir a vaga, Bakri teve de recorrer ao diretório nacional tucano, que, no finzinho do prazo de inscrições, notificou o estadual para determinar que sua candidatura fosse registrada.

Curiosidade

Oficialmente, a campanha eleitoral começa amanhã, 6 de julho. No nível federal, começa apertada: o Ibope aponta rigoroso empate entre Serra e Dilma, ambos com 39%. Os institutos se preparam para pesquisar o cenário paranaense, agora consolidado com praticamente dois candidatos, Beto Richa e Osmar Dias.

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