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Nos corredores

Stephanes e a Casa Civil

Em reunião recente com um grupo de políticos e empresários paranaenses, o deputado federal Reinhold Stephanes (PSD) recebeu uma espécie de convocação para participar do governo Beto Richa (PSDB). Não disse nem que sim, nem que não. Segundo ele, a proposta formal nunca se concretizou. Em Brasília, há conversas de que o convite deve ser para a Casa Civil do Palácio Iguaçu.

PMDB e PT, água e azeite

O difícil casamento entre PT e PMDB em Brasília é ainda mais complicado no Paraná. Os partidos devem se separar nas eleições para as duas maiores cidades do estado. Em Curitiba, os peemedebistas vão de Rafael Greca, enquanto os petistas se dividem entre o apoio a Gustavo Fruet (PDT) ou candidatura própria. Em Londrina, Luiz Eduardo Cheida divulgou ontem que tem o apoio do vice-presidente Michel Temer para concorrer contra a ex-ministra petista Marcia Lopes.

PSC e PR, namoro antigo

Prevista para ser oficializada hoje, a aliança entre PSC e PR para as eleições em Curitiba vem sendo negociada desde o ano passado em Brasília entre os deputados federais e presidentes estaduais dos dois partidos, Ratinho Júnior e Fernando Giacobo. A amizade e as rusgas recentes entre o PR e o governo federal foram fundamentais para a decisão de Giacobo, que também foi procurado para apoiar Gustavo Fruet (PDT).

Um dos recordistas em participações em CPIs, o ex-deputado federal Gustavo Fruet (PDT) costumava fazer piada sobre o comportamento dos parlamentares durante o funcionamento das comissões. "Tem aqueles que se empolgam tanto com o burburinho que quando chegam em casa, abrem a geladeira e veem luz, já começam a dar entrevista", diz ele. Há pelo menos seis anos, porém, os holofotes dos inquéritos conduzidos pelo Congresso perderam força.

Ao expandir a coalizão de partidos com cargos no governo, o ex-presidente Lula descobriu um remédio para evitar dores de cabeça com CPIs. Mesmo a um alto custo, a fórmula repete-se durante a gestão Dilma Rousseff. Vale tudo para inibir a repetição de um dos maiores pesadelos petistas, a CPI dos Bingos, de 2005.

Não está lembrado do que se trata?

Aí vai um trecho do resumo do relatório final da comissão: "esta CPI iniciou seus trabalhos com foco nas denúncias de existência de um esquema de corrupção entre agentes públicos e empresários de jogos de azar e de financiamento de campanhas eleitorais com o dinheiro proveniente desse mercado de jogos". Qualquer semelhança com o noticiário político de 2012 e o caso Carlinhos Cachoeira não é mera coincidência. Até porque o bicheiro já era o pivô das primeiras investigações, após ter gravado um vídeo no qual aparecia recebendo um pedido de propina do então assessor da Casa Civil, Waldomiro Diniz, em 2004.

A novela de hoje é, contudo, uma reprise apenas parcial. Desta vez, o PT largou na frente e assumiu as rédeas da CPI mista sobre o caso que deve ser instalada nos próximos dias. Está difícil de acreditar que o calor de sete anos atrás vai se repetir durante as investigações atuais – e logo as piadas sobre o exibicionismo dos participantes vão perder a graça.

Naquela ocasião, a comissão dos bingos ficou conhecida como a CPI do "Fim do Mundo" porque abriu todos os flancos possíveis para investigar desvios cometidos por gente ligada ao governo. Entraram no mesmo balaio as suspeitas de irregularidades durante a gestão de Antônio Palocci na prefeitura de Ribeirão Preto (SP), a suposta de remessa de dólares de Cuba para a campanha de Lula e até o assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP) Celso Daniel. Pelo andar da carruagem, a reedição do caso Cachoeira tem o mesmo potencial bombástico, com o detalhe de que mexe também com os três principais partidos de oposição – DEM, PSDB e PPS.

É aí que entra outro remedinho para deixar tudo como está. No segundo mandato de Lula, uma das raras CPIs que chegou a dar pinta de que daria certo era a que se propôs a investigar gastos com cartões corporativos do governo. A comissão travou a partir do momento em que os aliados do ex-presidente começaram a exigir que as investigações também se estendessem à gestão Fernando Henrique Cardoso.

Com uma dose de fisiologismo na mão esquerda e outra de corporativismo na direita, PT e PMDB dispõem do que precisam para controlar o rumo da nova CPI, que dá pinta de que será tudo, menos um instrumento para elucidação do caso. A propósito, o relatório da comissão do "Fim do Mundo", apresentado em junho de 2006, apontava que Cachoeira tinha cometido pelo menos quatro crimes (formação de quadrilha, corrupção passiva, crime contra o procedimento licitatório e improbidade administrativa).

Ainda assim, continuou tendo contato com congressistas. E só acabou preso quase seis anos depois.

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