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Nos corredores

Só sai se for saído

Vice-líder do governo Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, o paranaense Osmar Serraglio (PMDB) fez campanha aberta para Aécio Neves no Paraná. Apesar disso, ele disse que não pretende deixar o cargo.

Quem tá fora quer...

O PTB, que esteve na coligação de Aécio, agora está de olho em um ministério do governo Dilma. Três pastas estão no radar dos petebistas – Trabalho, Turismo e Portos. O partido saltou de 18 para 25 cadeiras na Câmara e será a 8ª maior bancada na próxima legislatura.

Dança das cadeiras

Paranaense mais cotado como "novidade" no novo ministério de Dilma, Osmar Dias (PDT) pode se beneficiar de um "upgrade" do PMDB. Se os peemedebistas conseguirem recuperar a Saúde, Osmar pode ser encaixado na Agricultura.

Nada mais simbólico do que a imagem que corre pela internet de José Sarney votando em Aécio Neves com o adesivo de Dilma Rousseff no peito. A assessoria dele diz que é falsa, mas tem perito que garante a veracidade. Até isso diz muito sobre a política brasileira – quando não se tem credibilidade, qualquer defesa só ajuda o ataque.

Sarney começou na política há exatas seis décadas. Disputou a eleição de 1954 pelo PSD de Juscelino Kubitscheck. Um ano depois, quando empossado deputado federal, migrou para a UDN de Carlos Lacerda.

Durante a ditadura militar, foi senador pela Arena, o partido de sustentação do regime. Depois, pulou para PSD, PFL até chegar ao PMDB. Foi como peemedebista que ele exerceu a presidência da República (1985-1990).

Desde que sentiu o gostinho do poder, o PMDB nunca mais quis largar o osso. Deu um jeito de fazer parte de todos os governos, sempre com a mesma receita. Produz instabilidade para vender governabilidade.

PT e PSDB podem até ter polarizado as últimas eleições presidenciais. Mas são os peemedebistas que permanecem no centro do poder. Sim, você se estapeou com parentes e amigos para defender Aécio ou Dilma sem se tocar que, de um jeito ou de outro, ambos teriam de governar pela cartilha do MDB-velho-de-guerra.

O detalhe sórdido é que, quanto mais divisão, mais ódio entre petistas e tucanos, melhor para o PMDB. Quanto mais um dos dois lados precisar de socorro, mais caro será o atendimento. O clima é de faca no pescoço 100% do tempo.

Dilma saiu das urnas esfalfada e dois dias depois estava em apuros na Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), não perdeu a chance de destroçar o governo ao derrubar o decreto que criava os conselhos populares. Alves havia acabado de se aventurar em uma candidatura ao governo do Rio Grande do Norte – perdeu e agora se prepara para dar adeus ao 11º mandato consecutivo como deputado federal.

A birra dele é com Lula, que fez campanha para seu adversário, Robinson Faria (PSD). O restante do partido entrou na onda e começou a preparar terreno, na base do terrorismo legislativo, para emplacar o novo presidente da Câmara, em fevereiro de 2015. O nome escolhido é Eduardo Cunha, apontado como inimigo número um da gestão Dilma no Congresso.

A essa altura, você deve estar se perguntando: por que diabos petistas e tucanos, os únicos com chance de eleger presidente desde 1994, aceitam fazer o jogo do PMDB? A resposta é que ambos se apaixonaram pelo sequestrador. E tem mais: o eleitor, em grande parte manipulado pelo sistema de votação para o Congresso, acaba sempre dando bancadas enormes para os peemedebistas.

Por isso, em vez de discutir reformas políticas mirabolantes, uma solução simples seria acabar com a coligação nas eleições proporcionais e descasar as datas das eleições para o Executivo e o Legislativo. Sai caro fazer um pleito exclusivo para deputados e senadores? É que você não tem ideia do custo da pauta-bomba que os peemedebistas armam a cada rebelião no Congresso.

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