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Nos corredores

Heron no Senado

Roberto Requião (PMDB) nomeou no dia 9 de novembro mais um ex-secretário de sua gestão no governo do Paraná (2003-2010) em seu gabinete no Senado. Heron Arzua (Fazenda) aparece no relatório de funcionários comissionados da Casa como secretário parlamentar do escritório de apoio de Requião no estado. Ele trabalha junto com Luiz Fernando Delazari (Segurança Pública), que é assessor técnico desde fevereiro. José Benedito Pires Trindade (Comunicação Social) completa a lista, mas está lotado no gabinete de José Sarney.

Empréstimos avançam

Atual secretário estadual de Fazenda, Luiz Carlos Hauly (PSDB) esteve em Brasília na terça-feira para acompanhar o andamento dos empréstimos de R$ 1,7 bilhão que estão sendo feitos pelo governo paranaense. As negociações internacionais, que envolvem o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvol­­vimento, já estão nos trâmites finais de aprovação pelo Ministério do Planejamento. Depois disso, eles precisam ser apreciados pelo Senado, onde devem enfrentar resistências de Requião.

Seis horas de emendas

A reunião da bancada paranaense no Congresso Nacional que definiu as emendas coletivas ao orçamento da União de 2012 demorou mais de seis horas e avançou, a portas fechadas, pela noite de terça para quarta-feira. Em resumo, foi um longo encontro entre representantes públicos, decidindo sobre dinheiro público, em um local público (a sala de uma comissão da Câmara dos Deputados).

Mas tudo sob sigilo.

A atual crise econômica mundial é uma batata quente que passou dos banqueiros para os políticos e agora arde nas mãos das pessoas comuns pelo mundo afora. Para os brasileiros, ela ainda parece uma marolinha lá do outro lado do Atlântico (coisa de loiro com o olho azul, como diria Lula), mas se a China entrar na dança a situação vai ficar feia. Por isso é bom prestar atenção em alguns fenômenos em andamento na Europa que podem desaguar por aqui em breve.

O mais interessante é a substituição de políticos tradicionais por técnicos nos principais postos de governo da Grécia e da Itália, países que estão no epicentro do problema. "Não sou político" foram as primeiras palavras do economista Lucas Papademos ao assumir o cargo de primeiro-ministro grego. Na Itália, o também economista Mario Monti chegou ao poder com 80% de aprovação popular sem ter disputado sequer uma eleição na vida.

"Super Mario" acumulou a função de ministro das Finanças, enxotou todos os políticos do primeiro escalão e adotou um discurso sóbrio, sem firulas ou promessas de uma recuperação milagrosa. Mais do que a qualificação, seu principal diferencial é ser o oposto do antecessor Silvio Berlusconi. Os italianos estão fartos de politicagem, bunga-bunga e, principalmente, apavorados com a recessão.

Só os italianos?

Em junho deste ano, a empresa alemã GFK divulgou uma pesquisa feita em 19 países que mediu o índice de confiança da população a respeito de 20 categorias profissionais. Os políticos ficaram em último lugar, com uma média global de 17%. No Brasil, foram ouvidas cerca de mil pessoas e 19% disseram confiar nos políticos – em primeiro lugar ficaram os bombeiros, com 97%.

O estudo ajuda a comprovar que os políticos têm uma reputação mais ou menos parecida por todos os cantos. Portanto, é natural que eles sirvam como bodes expiatórios para as crises. Ainda assim, há algo de diferente em curso neste momento: o esgotamento da política partidária tradicional.

Os espanhóis acabam de eleger uma legenda de direita para punir outra de esquerda. Na Dinamarca, ocorreu o movimento contrário. No fundo, as duas vias parecem sem rumo, à procura de um muro de Berlim para tornar as coisas mais fáceis.

No Brasil, a crise (ainda) não é financeira, mas também há sinais claros de esgotamento do atual sistema partidário. É só lembrar que no ano passado um dos políticos mais habilidosos da história do país conseguiu fazer de uma tecnocrata sem grande carisma sua sucessora. O feito, por outro lado, gerou uma dívida salgada com 80% da representação partidária no Congresso Nacional.

A necessidade de se aliar ao maior número de siglas possível para manter a governabilidade é o que tem mais prejudicado o trabalho de Dilma Rousseff. Cinco ministros políticos já tombaram por denúncias de corrupção, mas nada disso gruda na imagem da presidente. O teflon da presidente é justamente seu perfil técnico.

Dilma, que já foi definida como um poste pela oposição, mantém a popularidade em alta porque, no ideário popular, não se enquadra na fatia dos 81% que não são confiáveis. A dúvida é saber se ela consegue permanecer fora desse grupo por muito tempo. E dar o passo adiante de escapar das armadilhas políticas para tornar a administração pública mais eficiente.

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