Se você não faz política, alguém fará por você. Essa sentença vale para a Conferência Municipal de Juventude de Curitiba, que será realizada no próximo fim de semana no Salão de Atos do Parque Barigui.
A conferência, que começa no sábado às 8 horas, é uma etapa preparatória da Conferência Estadual, marcada para 16 de outubro, em Maringá. Os resultados das conferências estaduais serão debatidos em dezembro, em Brasília, quando ocorre a 2.ª Conferência Nacional da Juventude. Entre os objetivos, estabelecer diretrizes para uma política nacional para jovens. Apesar do caráter consultivo das conferências, que vem sendo realizadas a respeito de diversos temas desde o governo Lula, elas têm servido de norte para a elaboração de políticas públicas do governo federal.
O problema de deixar de participar de eventos como esse, é que, quando alguém faz política por você, não necessariamente seus interesses são defendidos. Ao relegarmos para outros a participação, os interesses que prevalecem acabam sendo de grupos mais bem organizados, que podem ser inclusive desvirtuados para projetos político-partidários totalmente desvinculados com nossas necessidades. É por essa razão que a participação de jovens nas conferências regionais da juventude tem importância. Sem a presença deles, os principais interessados ficarão sem serem ouvidos, a respeito de assuntos que dizem respeito a eles próprios.
Caso você se anime e vá participar das discussões na conferência de sábado ainda que não tenha direito a voto, pois as vagas de delegados já foram preenchidas é importante ter em mente três princípios. O primeiro é concentrar a sua atenção no objetivo da conferência, não aceitando a promoção pessoal de políticos, pois o objeto da discussão são propostas, não pessoas. O segundo é respeitar opiniões contrárias. É do embate de pensamentos que deriva o progresso. E, por fim, é importante lembrar que as propostas aprovadas em uma conferência, mesmo que decididas por maioria, não podem ir contra as liberdades civis e outros direitos fundamentais inscritos na Constituição. Esses princípios contribuem para a produção colaborativa.
As conferências são tentativas importantes de ampliar a participação política. Entretanto, sem ampla divulgação, acabam envolvendo basicamente movimentos organizados. O problema seria minimizado caso fosse adotada, de modo sistemático, plataformas de discussão via redes. A internet reduz os custos financeiros, de tempo e lugar para a realização de eventos e discussões políticas. Bem utilizado, o meio digital poderia tornar mais ampla a participação da sociedade, fazendo emergir boas ideias aos governos para a implementação de políticas públicas. Enquanto isso não acontece, o jeito é ir trabalhar com o que existe. E exigir inovação nos processos de participação.



