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Tendências

Mau exemplo 1

O Congresso Nacional descumpriu determinação do Supremo Tribunal Federal e não aprovou uma nova regra para o Fundo de Participação dos Estados (FPE) até o fim de 2012. A consequência disso foi que os repasses feitos pela União aos estados neste mês não tiveram fundamento legal. Ou seja, nem poderiam ter acontecido. Mas, sem eles, alguns governos estaduais, como os de Minas Gerais, Bahia, Maranhão, e Pernambuco, ficariam em situação financeira delicada. A omissão dos parlamentares é inaceitável e precisa ser resolvida no início deste ano legislativo.

Mau exemplo 2

Ora, o Congresso Nacional ignorou os dois anos de prazo que teve para votar novas regras de distribuição de recursos para os estados. Caso a omissão persista, corre-se o sério risco de o Congresso ser responsável por dar o mau exemplo de não cumprir decisões judiciais.

Faça você mesmo

Um grupo de skatistas do bairro Água Verde fez algo exemplar. Como a pista da Praça do Atlético está deteriorada, eles resolveram se organizar, alavancar recursos, comprar o material e realizaram eles mesmos o conserto dos buracos que impediam a prática do esporte. A informação foi publicada no site Paraná Online na terça-feira. É a política do bom exemplo cidadão.

A calçada e o granito

Na semana passada, a coluna publicou uma nota em que refletia sobre a necessidade de aprofundar o debate sobre uma política pública para as calçadas de Curitiba. Nas redes sociais, a discussão ficou praticamente restrita à implementação de calçadas de granito para uma região nobre da cidade em contraponto com a falta de estrutura de bairros da periferia. A coluna provocou os leitores a contribuírem com a discussão. Felizmente, alguns leitores se manifestaram, entre eles, Trajano Gracia Neto. Na visão dele, há diversas categorias de ruas – comerciais, residenciais e mistas – o que requer diferentes materiais para a sua instalação. "O que não pode continuar a ocorrer é a desnecessária e destrutiva substituição das perenes e sustentáveis pedras de basalto por bloquinhos de cimento "pavers" como foi nas ruas Ubaldino do Amaral e Brigadeiro Franco." E você, qual a sua opinião?

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Publique-se

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O método é antigo, mas pode surtir muito mais efeito que movimentos de Facebook. Trata-se do uso de cartas ou mensagem em fax como mecanismo de pressão. Ao menos no que se refere a reivindicações em áreas sensíveis, como direitos humanos e meio ambiente, o envio massivo de correspondências impressas para autoridades públicas tem sido uma estratégia bem sucedida. Quem usa essa estratégia são os maiores especialistas em pressionar governos: organismos internacionais como a ONG Anistia Internacional, Greenpeace e até mesmo o Avaaz, uma entidade que promove abaixo-assi­nados on-li­ne.

Segundo matéria publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo no último sábado, a ONG Anistia Internacional estimulou seus colaboradores no ano passado a enviar cartas para pressionar o Ministério da Justiça no caso de um ativista brasileiro que teve de fugir depois de uma série de ameaças. A reportagem mostra também que o Greenpeace admite ter usado mensagens de fax para o gabinete do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) para protestar contra o que consideravam retrocessos no texto do Código Florestal. E o Avaaz, ainda segundo o Estadão, disparou um "ataque massivo" de cerca de 40 mil correspondências ao então secretário da Cultura do Reino Unido Jeremy Hunt, num caso que envolvia o magnata do setor de comunicação Rupert Murdoch.

É fácil de entender a eficácia de cartas ou mensagens de fax. Enquan­to e-mails, "cur­tidas" no Facebook e abaixo-assinados virtuais têm efeito muitas vezes estritamente simbólico, o papel possui uma dimensão diferente. Ter o escritório invadido por correspondência sensibiliza com mais facilidade os homens públicos. Cartas ou mensagens por fax são fisicamente impossíveis de ignorar.

Note-se, entretanto, que isso não quer dizer que se deva desprezar a tecnologia, as redes sociais. O meio mais eficaz para se conseguir o envio de correspondência em massa é justamente o emprego das redes para disseminar campanhas e facilitar o encaminhamento de cartas ou mensagens por fax. A estratégia do envelope, caneta e papel pode ser um método antigo, mas é um instrumento eficaz nesses novos tempos de compartilhamento de ideias e atuação política em rede.

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