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O ex-presidente Lula afirmou, em entrevista à Gazeta do Povo, que sua sucessora tem conseguido manter o Brasil "no rumo certo". Obviamente ele não vai ao supermercado, porque se visse os preços nas gôndolas e pagasse sempre uma soma crescente pelos mesmos itens, teria outra impressão sobre os rumos do país.

Há muitos avanços sociais que foram obtidos pelo governo do PT, mas isso não pode servir de escudo para todos os outros problemas que surgiram. A inflação é um perigo real, e não é a oposição ou inimigos imaginários que estão afirmando isso. É a realidade que estamos vivendo.

A alta dos preços atinge praticamente todos os setores econômicos, mas ela é mais visível na alimentação e nos produtos adquiridos no supermercado, pois são nossos insumos básicos, do dia a dia. Mas quem trabalha e tem contas para pagar no fim do mês percebe o quanto subiram os serviços de cabeleireiro, manicure, escola, curso de inglês, telefone, gasolina, passagem de ônibus, etc.

Se a presidente Dilma Rousseff e Lula desconhecem essa realidade por ter quem pague suas despesas, era de se esperar que contassem com o auxílio de assessores competentes que alertassem para este cenário inflacionário.

Parênteses: todos os chefes do Executivo e autoridades em geral costumam ter algum assessor próximo para cuidar dessas questões mais práticas, como pagar um lanche na padaria ou fazer compras. E, até prova em contrário, não há comprometimento real de nenhum político brasileiro com o combate à inflação. O governador Beto Richa, do PSDB, anunciou com pompa o reajuste do salário mínimo regional acima da taxa de inflação acumulada no ano. A medida, ainda que justa com os trabalhadores, gera um ciclo inflacionário, e por isso merecia um debate mais aprofundado. Qual será a proposta de Aécio Neves, de Eduardo Campos e de outros candidatos à Presidência da República para combater a inflação, se suas próprias tropas tomam medidas que estimulam a alta dos preços? Fecha parênteses.

Quando Dilma Rousseff venceu a eleição para a Presidência, a economia brasileira trilhava um bom rumo, superando o baque causado pela crise mundial de 2008. Em 2010, a variação do PIB atingiu belos 7,5%. A inflação foi alta no ano (6,71%), mas refletiu o aumento de renda da população, e por isso não houve tanto choro.

Mas, considerando os três anos anteriores à eleição de 2010, o governo do PT estava em uma situação bem mais favorável do que está agora, às vésperas da disputa de 2014. A inflação acumulada estava em um patamar inferior do que o registrado pela gestão de Dilma, conforme mostra a tabela ao lado. E a variação média anual do PIB chegou a 3,6%, contra 2% dos três primeiros anos da atual presidente.

Há aspectos atuais favoráveis na economia, como o mercado de trabalho, que continua aquecido. Mas a alta constante dos preços está minando não só o bolso do eleitor, mas também a paciência. Que garantias a equipe de Dilma dará para mostrar que vai segurar as rédeas da inflação?

A mesma questão já foi feita aos opositores. As respostas esperadas não podem ser resumidas em programas eleitorais que irão ao ar a partir de agosto. Precisam ser discutidas desde já. Há tempo para isso. Em vez de fazer discursos vazios , os pré-candidatos deveriam dedicar seu tempo a esclarecer o que propõe em relação aos temas que afetam realmente a população.

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