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crise política

Com as galerias vazias, deputados do RS aprovam projetos de ajuste fiscal

Público foi impedido de entrar na Assembleia Legislativa, e parte da oposição se retirou em protesto

Servidores públicos participam de assembleia geral permanente, na Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre. | /Fotos Publicas
Servidores públicos participam de assembleia geral permanente, na Praça da Matriz, no Centro de Porto Alegre. (Foto: /Fotos Publicas)

O clamor do governador José Ivo Sartori junto aos deputados aliados, para que eles aprovassem o pacote de 10 projetos criados pelo Executivo com objetivo de cortar gastos, vem mostrando resultado positivo na sessão desta quarta-feira (16). Até o momento, cinco propostas já foram aprovadas pelos parlamentares, entre elas a que cria a previdência complementar, alvo de críticas dos servidores.

Devido às manifestações de servidores contrários às propostas na terça-feira (15), que motivaram a suspensão da sessão, remarcada para esta quarta, o público foi impedido de acompanhar a votação. Para isso, um forte esquema de segurança foi montado para garantir o acesso dos deputados ao prédio, com a presença de 250 policiais. Na Praça da Matriz, grades foram instaladas para barrar a passagem de um grupo de servidores que se reuniam no local.

Líder da bancada do PT na Assembleia, Luiz Fernando Mainardi anunciou no início da sessão que os parlamentares de oposição iriam se retirar. A medida, sustentou, foi tomada em protesto contra a decisão do presidente da Assembleia, Edson Brum (PMDB), de convocar sessão para esta quarta-feira e impedir o ingresso de servidores públicos nas galerias.

O deputado Pedro Ruas (PSol) também anunciou que não iria participar da votação em protesto contra o fechamento das galerias. “PSOL deixa o plenário e vai para a praça. Parlamento sem POVO perde a legitimidade”, escreveu em sua conta no Twitter. Já Juliano Roso, do PC do B, seguiu caminho diferente e comunicou que permaneceria para debater os projetos. “A democracia do Rio Grande do Sul está sendo enterrada”, afirmou Roso.

A decisão de parte da oposição de deixar o plenário indica que as bancadas fizeram as contas e perceberam que não haveria votos suficientes para derrotar as propostas do governo Sartori. Sem oposição e pressão das galerias, os governistas terão caminho facilitado nas apreciações.

Brum argumentou que “não é a primeira vez” que uma votação ocorrerá sem a presença de populares nas galerias, mas Mainardi defendeu que nesta quarta-feira a Casa vive “uma excepcionalidade”, acentuando que a pauta do dia prevê apreciação de três projetos com extinção de fundações públicas, a Fepps, a Fundergs e a FZB.

Para Mainardi, não seira aceitável fazer tal análise sem a presença de populares nas galerias. “Vamos sair por essa represália do governo aos servidores”, afirmou Mainardi.

Do lado de fora, entidades sindicais decidiram em reunião realizar manifestações nas bases dos deputados que votaram a favor dos projetos e mobilizar mais manifestantes para a votação do dia 22. Para o presidente da Federação Sindical dos Servidores Públicos no Estado do Rio Grande do Sul (Fessergs), Sergio Arnoud, a votação do projeto que criou a previdência complementar a portas fechadas “foi um ato ilegal e ilegítimo”.

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