• Carregando...
Mesmo os aliados mais próximos relatam ter dificuldade para “medir a temperatura” de Cunha no dia em que o presidente da Câmara dos Deputados viu sua residência oficial ser alvo de busca e apreensão. | GUSTAVO LIMA/
Mesmo os aliados mais próximos relatam ter dificuldade para “medir a temperatura” de Cunha no dia em que o presidente da Câmara dos Deputados viu sua residência oficial ser alvo de busca e apreensão.| Foto: GUSTAVO LIMA/

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), não acreditava até o final de semana na possibilidade de que fosse deflagrada uma nova fase da Operação Lava Jato contra ele. A aposta do peemedebista era que a Polícia Federal cumpriria mandados de busca e apreensão no Paraná, que teriam petistas como alvo.

Polícia apreende material em escritório de Cunha

A Polícia Federal fez buscas nesta terça-feira na residência oficial e no escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. Um caixa e um malote foram recolhidos.

+ VÍDEOS

Polícia Federal faz busca na casa de Eduardo Cunha

Autorizada pelo STF, nova fase da Lava Jato executa 53 mandados. Além do presidente da Câmara dos Deputados, são alvos os ministros Celso Pansera (Ciência e Tecnologia, PMDB-PA) e Henrique Alves (Turismo, PMDB-RN), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), o senador e ex-ministro Edison Lobão (PMDB-MA) e o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado.

+ VÍDEOS

Na noite de segunda-feira (14), no entanto, chegaram boatos a aliados do presidente da Casa Legislativa de que a nova fase, deflagrada nesta terça-feira (15), seria na verdade em Brasília e que poderia envolver o peemedebista. Com os rumores, Cunha já estava acordado nesta terça (15) quando a Polícia Federal chegou por volta das 6h à residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, em Brasília.

Saiba o que pesa contra Eduardo Cunha na Lava Jato

Segundo relatos de aliados e correligionários, ele foi avisado da presença das forças policiais por um segurança da residência oficial. O peemedebista pediu um tempo para se vestir e autorizou a entrada da Polícia Federal. “Eles foram muito educados”, disse o deputado.

Em almoço com líderes da base aliada, Cunha acusou o o Palácio do Planalto de estar por trás da nova fase da Operação Lava Jato e disse que o governo federal agiu com revanchismo por conta do acolhimento do pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

O peemedebista ameaçou ainda retaliar o governo em votações futuras na Câmara e avaliou que não foi coincidência o fato da operação policial ter sido realizado no mesmo dia da reunião do Conselho de Ética, que determinou o prosseguimento do processo de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.

‘FRIO’

Mesmo os aliados mais próximos relatam ter dificuldade para “medir a temperatura” de Cunha no dia em que o presidente da Câmara dos Deputados viu sua residência oficial ser alvo de busca e apreensão.

Um dos participantes do almoço desta segunda-feira (15) disse que Cunha “é gelado” e que “não muda nada em sua fisionomia ao tratar do assunto”.

Ainda de acordo com relatos de deputados federais, ninguém ousou perguntar durante o almoço se o peemedebista renunciaria ao cargo. Mas Cunha fez questão de ele mesmo colocar um ponto final em qualquer suposição: “Não cogito renunciar”, sentenciou.

Em nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira (15), a Polícia Federal mira os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) e os senadores Fernando Collor (PTB-AL) e Fernando Bezerra (PSB-PE).

Outros dois inquéritos que também foram alvo das ações desta terça ainda são sigilosos. Ao todo, 53 mandados de busca e apreensão foram emitidos para endereços de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Pará, Ceará e Alagoas.

Segundo a Procuradoria-Geral da República, são nove os políticos com foro privilegiado alvo desta operação.

Foram emitidos mandados de busca e apreensão que atingiram inclusive imóveis de Cunha, incluindo endereços no Rio, sua residência oficial em Brasília e a diretoria-geral da Câmara, órgão responsável por fechar contratos e ordenar despesas. Três celulares de Cunha foram apreendidos. Ministros também tiveram buscas em seus endereços.

Os policiais foram autorizados a acessar dados de computadores, smartphones, celulares em geral, tablets e outros dispositivos eletrônicos e a apreender aparelhos eletrônicos, anotações, registros contábeis e comunicações realizadas entre os investigados.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]