
Mentor econômico dos reajustes fiscais do governo do Paraná desde que Beto Richa (PSDB) foi reeleito, em outubro de 2014, o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, prevê um 2017 de “constante ajuste fino” das contas do estado. Com o horizonte apontando cada vez mais longe uma saída para a recessão vivida pelo país, ele afirma que o desafio é manter o equilíbrio financeiro. Para isso, descarta aumentar impostos e fala em enxugar a máquina, para “gastar menos com o Estado e mais com a população”.
Tirado da prefeitura de Salvador imediatamente após Richa conquistar mais quatro anos à frente do Palácio Iguaçu, Mauro Ricardo de cara subiu as alíquotas de IPVA e ICMS e passou a taxar a contribuição previdenciária de inativos e pensionistas. De lá para cá, implantou uma extensa lista de medidas fiscais, entre elas a polêmica reforma na Paranaprevidência, que jogaram no fundo do poço a popularidade de Richa (veja quadro). “Me disseram que tudo isso ia acontecer com o Mauro Ricardo, mas depois as coisas melhorariam, como no caso do ACM Neto em Salvador. Espero que seja assim”, costuma dizer o governador a aliados, em tom de brincadeira.
E, após mais de dois anos levando o cofre do estado na rédea curta, o chefe da Fazenda não projeta um 2017 diferente. Segundo ele, o orçamento do ano que vem levou em conta estimativas mais conservadoras que as do governo federal, diante da imprevisibilidade do cenário econômico do país. “As medidas que tomamos até agora geraram um resultado de crescimento, mas o Brasil continua em recessão. É algo assustador estarmos voltando aos níveis de 2011. A atividade econômica está muito ruim”, argumenta. “Por isso, o desafio é manter o equilíbrio. Seguiremos num esforço político e técnico muito grande para não perdermos o que foi conquistado.”
Em relação a possíveis novas medidas para o ano que vem, Mauro Ricardo diz que, no momento, avalia a estrutura da máquina pública para fazer mais enxugamentos. Segundo ele, o importante é seguir agindo preventivamente, o que não foi feito, por exemplo, por estados como Rio de Janeiro e Minas Gerais, que recentemente declararam calamidade financeira.
“Outros estados agiram apenas no pico da crise, quando já estavam perdendo receita, atrasando o pagamento de fornecedores. Veja que seguimos num momento de crise, com a arrecadação em queda. Por isso, continuaremos fazendo constantemente um ajuste fino entre despesa e receita, para que não haja desequilíbrio nas contas”, defende. “Um exemplo disso é que deixamos claro aos servidores que não seria possível pagar o reajuste salarial em janeiro. Vamos fazendo ajustes para não assumir compromissos acima das nossas possibilidades.”



