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Anistia

Comissão dá R$ 337 mil à viúva de Chico Mendes

Seringueiro foi morto há 20 anos | Divulgação
Seringueiro foi morto há 20 anos (Foto: Divulgação)

Por unanimidade, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça aprovou ontem o pedido de anistia política do ex-líder seringueiro Chico Mendes, assassinado em 1988. A viúva do ambientalista, Ilzamar Mendes, receberá uma indenização retroativa de R$ 337 mil, além de R$ 3 mil mensais.

A reunião da Comissão de Anistia foi realizada em Rio Branco, no Acre (AC). O ministro da Justiça, Tarso Genro, que prestigiou o ato, disse que a decisão representa um pedido de desculpas. "Chico Mendes era um homem à frente de seu tempo, um homem que construiu um amplo processo civilizatório. O Estado está pedindo desculpas pelo que fez com ele. Chico Mendes foi importante para o Acre e para o Brasil.’’

O julgamento do processo do seringueiro faz parte de uma série de atividades realizadas em memória aos 20 anos de seu assassinato. No início do mês, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene em memória do líder seringueiro. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e a Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), ambas do Senado, promoveram diligências no Acre, para tomar depoimentos e informações sobre as contribuições de Chico Mendes.

Chico Mendes foi assassinado na porta de sua casa, em dezembro de 1988, por lutar pela preservação da Amazônia. Ele nasceu em Xapuri (AC), em 1944. Em dezembro de 1990, a Justiça condenou a 19 anos de prisão os fazendeiros Darly Alves da Silva e Darcy Alves da Silva pela morte do ambientalista. "Ele combateu a desigualdade, a violência e a impunidade", acrescentou Genro.

O governador do Acre, Binho Marques (PT), também comemorou a decisão. "Hoje (ontem) não é um dia qualquer. A anistia de Chico Mendes faz do Brasil um país mais importante, atento à questão dos direitos humanos", afirmou o governador. Apesar das palavras de homenagem, a memória do líder seringueiro não está sendo respeitada no Acre. Na reserva extrativista Chico Mendes, o desmatamento atinge quase 6% da área de conservação federal.

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