
A Comissão de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados vota hoje o parecer sobre a admissibilidade do processo de cassação do mandato do deputado federal André Vargas (PT-PR). O parlamentar é suspeito de ser sócio informal do doleiro Alberto Youssef, preso na operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
O relator do processo na comissão, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), deverá pedir a continuidade da investigação. Na semana passada, ele disse que há provas suficientes para que o processo seja levado em frente. Se o conselho aprovar o parecer, a investigação contra Vargas continua, o que poderá levar à cassação do seu mandato. A representação contra o paranaense foi apresentada por três partidos da oposição: PSDB, DEM e PPS.
Vargas vem sendo pressionado a explicar suas relações com o doleiro desde o dia 1.º de abril. Reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo apontou que o deputado usou um avião contratado por Youssef para voar de férias com a família.
Pressionado, o petista deixou o cargo de vice-presidente da Câmara e cogitou renunciar ao mandato parlamentar. No dia 14 de abril, chegou a anunciar para pessoas próximas que renunciaria nos dias seguintes, mas a medida não interromperia o processo de cassação, que havia sido aberto no Conselho de Ética. Como o processo já estava em curso, ele ficaria inelegível por oito anos caso renunciasse mesma punição que poderá receber caso tenha o mandato cassado. O processo de cassação, porém, pode fazer com que a punição só valha a partir de 2019, caso a decisão saia depois das eleições de outubro.
Se Vargas apresentar renúncia, ela será aceita, diz Henrique Alves
Agência O Globo
De volta de uma viagem à China, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), comunicou ao deputado André Vargas (PT-PR) que, se ele apresentar sua renúncia ao mandato, ela será aceita de imediato, independentemente do estágio em que esteja o processo no Conselho de Ética da Câmara. "É um ato unilateral dele. Se ele quiser renunciar, não há o que discutir. É só aceitar e convocar o suplente. Como pode ficar na Câmara um renunciado? Participa das sessões? Vai votar? Cria-se um problema jurídico", disse Alves.Nem mesmo os aliados mais próximos de Vargas arriscam cravar se ele irá de fato apresentar sua renúncia devido às idas e vindas do petista nas últimas semanas. O certo é que há forte pressão dentro de seu partido para que ele deixe logo o mandato e evite um sangramento maior do PT.
Colaborou Euclides Lucas Garcia.



