
Com base num relatório que fala em "90 indícios, evidências, provas, testemunhos, circunstâncias, contradições, controvérsias e questionamentos", a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo declarou ontem que o presidente Juscelino Kubitschek, morto em 1976, foi assassinado. O presidente da comissão, vereador Gilberto Natalini (PV-SP), afirmou que JK foi vítima de "conspiração, complô e atentado político".
A versão oficial é que JK, presidente de 1956 a 1961, morreu em um acidente automobilístico quando se dirigia de São Paulo para o Rio em um Opala. O veículo teria colidido com um caminhão após ser atingido por um ônibus em alta velocidade.
O relatório compila fatos apurados ao longo dos 37 anos após a morte de JK. Alguns indícios são inéditos. Um deles é o depoimento de Ademar Jahn, que dirigia um caminhão na rodovia Dutra no dia 22 de agosto de 1976. Ele presenciou a colisão.
Fragmento metálico
Segundo o relatório, Jahn disse que viu o motorista de JK, Geraldo Ribeiro, "debruçado, com a cabeça caída entre o volante e a porta do automóvel, não restando dúvida de que se encontrava desacordado e inconsciente, e já não controlava o veículo antes do impacto".
O depoimento de Jahn é mais um reforço à suspeita de que o motorista de JK foi atingido por um tiro antes da batida. Um exame na ossada de Ribeiro feita em 1996 localizou um fragmento metálico no crânio do motorista.



