Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
impeachment

Comissão inicia com “guerra da pressa”

Governistas tentam dar velocidade ao processo contra Dilma na Câmara, enquanto oposição quer tempo para contar com apoio de manifestações de rua

Eduardo Cunha: presidente tem peso no ritmo do processo. | Marcelo Camargo/Agência PT
Eduardo Cunha: presidente tem peso no ritmo do processo. (Foto: Marcelo Camargo/Agência PT)

A partir desta segunda-feira (7), com a formação da Comissão Especial de Impeachment na Câmara dos Deputados, Palácio do Planalto e oposição iniciam um embate. E a definição sobre quanto tempo a guerra vai durar já se tornou a primeira batalha entre os dois lados.

Marcado para começar no próximo dia 23, o recesso parlamentar chega antes mesmo do fim do prazo para apresentação de defesa por parte da presidente da República Dilma Rousseff (PT). Aliados da petista defendem um rito célere, com a suspensão do recesso, alegando temor quanto à possibilidade de aprofundamento dos números negativos da economia.

O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ainda não informou qual medida defende. Mas a decisão não cabe somente a ele. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que anda às turras com Cunha, também tem de opinar. “Nós queremos impedir que o país sangre mais”, declarou o deputado Sibá Machado (AC), líder da bancada do PT na Casa.

Em um primeiro momento, a oposição adotou discurso semelhante: não haveria sentido “tirar férias” no meio do furacão. Horas depois, recuou. A estratégia do Planalto, justificaram líderes, seria colocar o tema em votação já em janeiro, quando a população “está desmobilizada”.

“Nós suspeitamos que o governo quer acelerar para sufocar. É uma manobra para enterrar o processo”, disse o deputado Mendonça Filho (PE), líder do Democratas.

Ainda sem votos suficientes para cassar o mandato da petista – pelos cálculos que circulam entre os gabinetes -, a oposição quer contar com a pressão nas ruas. “A manifestação é importante para sensibilizar os parlamentares”, disse o deputado pelo Paraná Rubens Bueno, líder da bancada do PPS.

Briga pelos indecisos

A formalização de uma comissão especial para tratar do impeachment organizou rapidamente as forças políticas, que agora iniciam a busca pelo “voto dos indecisos”.

“O PSDB insiste em um terceiro turno da eleição, mesmo que isso vá contra a democracia. É um golpe baixo e sujo dos tucanos”, afirmou o líder petista Sibá Machado.

“Ninguém torce (para que um processo de impeachment seja aberto). Mas a responsabilidade por isso é exclusivamente desse governo”, disse o senador Aécio Neves (PSDB-MG), na primeira entrevista que concedeu à imprensa logo após o anúncio de Cunha, ainda na noite de quarta-feira (2).

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.