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Legislativo

Congresso deve instalar CPI do Metrô até o dia 10

Senadores petistas querem aproveitar o período antes do recesso de julho para iniciar a investigação e desgastar os tucanos em ano eleitoral

Humberto Costa (PE-PT), senador: governo também deseja apurar outras denúncias de irregularidades | Pedro Franca/ Ag. Câmara
Humberto Costa (PE-PT), senador: governo também deseja apurar outras denúncias de irregularidades (Foto: Pedro Franca/ Ag. Câmara)

Com o objetivo de desgastar o PSDB em ano eleitoral, senadores governistas vão instalar até a semana que vem no Congresso a CPI do Cartel do Metrô de São Paulo. A estratégia do PT será realizar uma investigação rápida, aproveitando a presença dos deputados e senadores em Brasília, antes do recesso parlamentar de julho.

Senadores petistas vão tentar instalar a CPI amanhã. Se não houver tempo, porque o prazo para as indicações dos membros termina hoje, a data máxima para que a comissão de inquérito inicie os seus trabalhos será dia 10 de junho. Se a oposição não indicar os membros, caberá ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), escolhê-los por conta própria.

Líder do PT, o senador Humberto Costa (PE) disse ontem que as investigações devem durar cerca de um mês. Costa admitiu que, com a Copa do Mundo, o Congresso vai estar "esvaziado" em junho. Mas afirmou que, como a oposição insistiu em investigar a Petrobras, o governo também deseja apurar outras denúncias de irregularidades. "Como estamos na investigação, que investiguemos tudo."

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) disse que o PSDB vai indicar os membros para a CPI do Cartel do Metrô e participar das investigações. Mas considera que a disposição do governo em acelerar os trabalhos da comissão de inquérito mostra que ela será "chapa branca". "Sabe-se que há um trabalho do governo para a sua instalação. O PSDB não vai se recusar, não vai se furtar a participar. Mas é evidente que não se investigará recursos repassados pelo governo federal a vários metrôs do país. Esse anúncio do governo já pressupõe uma CPI chapa branca", afirmou.

Ao mesmo tempo

Os governistas não estão dispostos a encerrar os trabalhos da CPI da Petrobras do Senado, que sofre boicote da oposição e tem apenas entre os seus integrantes aliados da presidente Dilma Rousseff. A CPI mista, com deputados e senadores, tem a presença da oposição, mas DEM, PSDB e PPS possuem apenas oito das 32 cadeiras. Costa disse que, mesmo com o funcionamento de duas CPIs da Petrobras, a governista deve ser mantida em obediência à decisão do Supremo Tribunal Federal. "Se a oposição quer que se encerrem os trabalhos, que recorra a STF", disse. Alvaro afirmou que o recurso está "fora de cogitação" e a manutenção de duas CPIs é um "absurdo" e trabalha contra a "eficiência" do Congresso. "O nosso desejo é que ocorra a fusão, que concentremos os trabalhos da CPI mista. Não há desejo que se investigue nada da parte do governo."

"Não posso falar", diz Graça

A presidente da Petrobras, Graça Foster, recusou-se ontem a rebater as declarações do ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa à Folha de S. Paulo de que a empresa aprovou a construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, com base em "conta de padeiro" alegando que não podia falar do tema. A "conta de padeiro" apontava custo de US$ 3 bilhões no projeto brasileiro. A refinaria deverá ser concluída no próximo ano com um investimento de US$ 18,5 bilhões. "Não é que eu não queira falar. Eu não posso falar", disse Graça.

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