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Quebra de decoro

Conselho de Ética decide hoje sobre cassação de Renan

A tendência é de que a cassação seja aprovada por dez votos a cinco. Se isso acontecer, o caso segue ainda nesta quarta-feira para análise da CCJ. A previsão é de que a votação definitiva no plenário, com voto fechado, possa acontecer já na semana qu

Há quase duas semanas, os funcionários dos Correios responsáveis pelas entregas de correspondência cruzaram os braços por 24 horas | Marcelo Elias - Gazeta do Povo
Há quase duas semanas, os funcionários dos Correios responsáveis pelas entregas de correspondência cruzaram os braços por 24 horas (Foto: Marcelo Elias - Gazeta do Povo)

O Conselho de Ética do Senado vota nesta quarta-feira (05) os relatórios pró e contra a cassação do mandato do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de ter despesas pessoais pagas por lobista. A tendência é de que a cassação seja aprovada por dez votos a cinco. Se isso acontecer, o caso segue ainda nesta quarta-feira para análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A previsão é de que a votação definitiva no plenário, com voto fechado, possa acontecer já na semana que vem. Mas, se houver pedido de vista na CCJ, a conclusão do processo pode ser adiada.

Ao chegar ao Congresso na manhã desta quarta-feira, Renan disse que é preciso ter calma.

- Vamos ganhar. É ter calma - afirmou.

Na véspera, Renan fugiu dos questionamentos do colegiado e preferiu fazer um discurso de ataques, sem direito a apartes, no plenário, em mais uma sessão de constrangimentos. O presidente do Senado manifestou seu descontentamento com a votação aberta, dizendo que é inconstitucional. Depois do discurso, da Mesa de presidente, travou uma áspera discussão com os senadores que reagiram à sua crítica ao voto aberto no Conselho.

Renan mostrou insatisfação com o fato de nenhum aliado ter recorrido ao Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que seria uma indelicadeza que ele mesmo tivesse que fazê-lo. E, em vez de rebater os oito pontos listados no relatório dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS), como quebra de decoro parlamentar, Renan preferiu atacar a Editora Abril, que publica a revista "Veja".

- O que restou de tantas acusações? Viraram pó. Essas mentirinhas vão envenenando o ambiente e sempre encontram um sócio político para ecoá-las.

No mesmo dia, o corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), confirmou que vai votar pela cassação. O 1º vice-presidente do Senado, Tião Viana (PT-AC) disse que Renan tem condições de derrotar no plenário o relatório que pede a sua cassação, caso seja aprovado no Conselho. A tropa de choque do senador já desistiu de novas manobras protelatórias em relação ao processo .

- A previsão de alguns é que ele (Renan) vença em Plenário - disse Tião Viana.Funcionária de Renan atribui denúncia de ex-marido a separação do casal

Por orientação dos advogados de defesa de Renan, a ex-mulher do advogado Bruno Miranda Ribeiro Brito Lins - que acusou o presidente do Senado de envolvimento num esquema de propina e desvio de R$3 milhões em ministérios comandados pelo PMDB - , a chefe de cerimonial do Senado, Flávia Garcia, apareceu na terça-feira para dar sua versão do caso. Ela acusou o ex-marido de usar a fragilidade de seu chefe para obter vantagens no processo de separação litigiosa. Os dois estão separados oficialmente desde março de 2006 e o depoimento prestado por Bruno foi feito à Polícia Civil ano passado.

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