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Dois dias após o sorteio que definiu os relatores, o Conselho de Ética sofreu, até agora, dez alterações nas relatorias dos processos contra os parlamentars citados no relatório da CPI dos Sanguessugas. Alguns deputados do Conselho pediram para trocar por serem amigos dos que teriam que julgar. Mas um relator foi substituído devido a pressão de um partido político. O líder do PP, Mário Negromonte (BA), foi pessoalmente ao Conselho convencer o presidente Ricardo Izar (PTB-SP) a tirar de Nelson Trad (PMDB-MS) o caso de Pedro Henry (PP-MT). Negromonte alegou que Trad é desafeto político de Henry. O relator reagiu com ironia:

- Não tenho culpa se o Pedro Henry é hóspede de todas as listas de escândalos do Congresso Nacional - disse Nelson Trad.

Na terça-feira, houve um verdadeiro troca-troca de relatores. O deputado Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) foi sorteado para relatar o processo contra Coronel Alves (PL-AP), mas disse serem amigos e pediu para ser substituído.

- O Coronel Alves é eleito pelo Amapá mas a família dele, que conheço todinha, vive no Pará - justificou Zenaldo.

O conselheiro José Carlos Araújo (PL-BA) também pediu para não ser o relator do processo de Neuton Lima (PTB-SP), com quem mantém amizade. Izar, então, substituiu-o e entregou o caso de Lima para Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ), que preside a CPI dos Sanguessugas e conhece bem cada processo.

Robson Tuma (PFL-SP), que raramente comparece ao Conselho, do qual é titular, disse que não podia relatar os dois casos que saíram para ele no sorteio. Ele alegou que, como é relator da Comissão de Sindicância da Corregedoria, estaria impedido de julgar.

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