São Paulo (Folhapress) O relator do processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP) no Conselho de Ética, Julio Delgado (PSB-MG), informou que o relatório deverá ser votado na próxima terça-feira.
Se houver pedido de vistas de algum parlamentar, a votação poderá passar para o próximo dia 20. O deputado não adiantou se de fato irá pedir a cassação de Dirceu.
Por outro lado, Delgado adiantou que não procede a argumentação de Dirceu de que ele era ministro da Casa Civil na época em que ocorreram os supostos pagamentos de mesada a parlamentares e portanto não poderia ser julgado pelo Conselho de Ética.
Para Delgado, a partir do momento em que Dirceu foi diplomado, ele está sujeito às regras do Legislativo, assim como todos os parlamentares.
Provas
Na semana passada, colegas de Delgado no Conselho de Ética informaram que o relator recomendará a cassação de mandato devido a um conjunto de evidências que ligam Dirceu ao esquema do mensalão. O ex-ministro nega seu envolvimento e argumenta que não existem provas contra ele.
Delgado pediu às CPIs dos Correios e do Mensalão, à Polícia Federal e ao Ministério Público cópia de alguns depoimentos que possam contribuir para o relatório. As testemunhas de acusação arroladas a pedido do PTB, autor da representação contra Dirceu, incluem o presidente do banco BMG, Flávio Guimarães, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e sua mulher, Renilda Santiago.
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares também foi convidado a falar no Conselho, mas pelo próprio relator e pela deputada Ann Pontes (PMDB-PA).
Do total das cincos testemunhas chamadas a prestar depoimento no processo contra Dirceu, apenas a presidente do Banco Rural Kátia Rabello foi ouvida pelo Conselho de Ética.
"Infelizmente, Marcos Valério, Delúbio Soares e Flávio Guimarães não quiseram contribuir para o Conselho, mas nós vamos usar os depoimentos prestados em outros órgãos", afirmou.



