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Beto Richa (PSDB) e Rubens Bueno (PPS): aliados em Curitiba | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Beto Richa (PSDB) e Rubens Bueno (PPS): aliados em Curitiba| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

O PPS paranaense não vai cobrar do prefeito Beto Richa (PSDB) o fim do nepotismo na administração municipal, como fez com o governo de Roberto Requião (PMDB). "Beto Richa é o prefeito eleito pela população e é ele quem deve decidir se irá contratar ou não parentes", diz o presidente estadual do PPS, Rubens Bueno. "No outro mandato, Beto Richa já vinha com essa atitude, que não é tão abusada quanto a do governador Roberto Requião, que nomeou diversos parentes. O que Requião faz é abuso", compara.

Bueno garante que o partido não mudou sua posição contrária ao nepotismo, mesmo participando da administração de Beto Richa. Na composição do secretariado de seu segundo mandato, o prefeito nomeou a esposa, Fernanda, para a direção da Fundação de Ação Social, e o irmão, José Richa Filho, para a Secretaria de Administração. Bueno lembrou, porém, que, embora o partido tenha uma posição firme contra o nepotismo, a súmula vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) permite a contratação de parentes para a chefia de secretarias municipais.

Bueno não acredita haver contradição em criticar o nepotismo no governo do estado e tolerar a prática na prefeitura de Curitiba. "A situação dos dois (Requião e Richa) é a mesma. O nepotismo continua sendo o problema. Mas no caso do governador tivemos um combate permanente. Desde o início (do mandato anterior, de 2003 a 2006), Requião empregou muitos parentes no governo."

O presidente do PPS estadual afirmou que o partido está estudando entrar com uma reclamação no STF contra a nomeação de Eduardo Requião para o Escritório de Representação do Paraná em Brasília, assim que ela for publicada.

Em março de 2006, o PPS estadual entrou com um pedido de informações no Conselho Superior do Ministério Público (MP) pedindo que o órgão investigasse a prática de nepotismo no governo Requião. A partir do pedido da legenda, o MP decidiu investigar a contratação de parentes em cargos de comissão, sem concurso público, em todas as esferas da administração estadual.

De lá para cá, o PPS teve de lidar com o tema internamente. Como alguns prefeitos do PPS nomeavam parentes em suas administrações, o partido baixou uma recomendação para que os chefes dos executivos municipais evitassem a prática. Porém, no levantamento feito pela Gazeta do Povo, pelo menos um prefeito do PPS – Carlos Machado, que administra o município de Antonina – emprega a esposa, Elizandre Rodrigues, na Secretaria de Ação Social.

A esse respeito, Bueno lembra que os prefeitos do partido são orientados internamente a não praticarem o nepotismo. "Mas não consideramos algo tão sério que possa levar a expulsão de um integrante." Ele acredita que a punição dos prefeitos do PPS que contratarem parentes virá nas urnas, numa próxima eleição. "Porque a sociedade já não tolera mais isso."

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