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Petrobras

Contratos aditivados são foco de tensão na CPI

Antes mesmo de a comissão ser instalada, base aliada trabalha para evitar análise de termos que elevam custos de obras da estatal. Oposição promete reagir

Alvaro Dias: “Rolo compressor quer impedir qualquer investigação” | Geraldo Magela/Agência Senado
Alvaro Dias: “Rolo compressor quer impedir qualquer investigação” (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A tropa de choque governista começou a atuar antes mesmo de instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras. Ontem, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e o senador Paulo Duque (PMDB-RJ), ambos cotados para a relatoria da CPI, disseram que são contra a requisição da investigação do Tribunal de Contas da União (TCU), que aponta o uso frequente de contratos turbinados por termos aditivos que elevam custos de obras e serviços da estatal.

"Não vamos fazer uma devassa na Petrobras. Esta é uma CPI com foco determinado", disse Jucá, ao argumentar que o inquérito tem de ficar "dentro do espectro da CPI". Na mesma linha do líder do governo, Paulo Duque mostrou-se favorável que os integrantes da comissão "conversem" com o TCU, mas disse que "não é o caso de pedir as investigações que estão sendo feitas pelo Tribunal". "Esses documentos não podem sair de lá", afirmou. Já o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), outro integrante da CPI, ironizou: "Se a CPI da Petrobras partir para analisar aditivos de contratos, aí vamos ter de fazer uma CPI igual praticamente em todo Brasil até porque todos os contratos são aditivados no Brasil".

Oposição

O senador Alvaro Dias (PSDB-PR), autor do requerimento de criação da CPI, afirmou que todos os contratos referentes a aditivos feitos pela Petrobras são alvo do inquérito. "Vamos requisitar essa auditoria. Agora se não deixarem, poderemos com base nesses indícios encaminhar ao Ministério Público uma representação dos partidos de oposição para que isso seja investigado", disse Dias, que é um dos integrantes da comissão. "O objetivo do rolo compressor é impedir qualquer investigação", completou.

O governo "aparelhou" a comissão de inquérito, que será instalada na próxima terça-feira, para evitar o aprofundamento das investigações de supostas irregularidades na Petrobras e na Agência Nacional do Petróleo (ANP). Os governistas ocuparão oito das 11 vagas de titulares. Mas o governo ainda não anunciou oficialmente quem será o presidente e o relator do inquérito.

FHC

A oposição também reagiu à proposta do senador João Pedro (PT-AM), um dos cotados para presidir à CPI da Petrobras, de que as investigações recaiam sobre a gestão da estatal no governo Fernando Henrique Cardoso. "O governo Fernando Henrique acabou há seis anos e esse governo não consegue se defender. Não adianta terrorismo. Não tem que por nada debaixo do tapete", garantiu Sérgio Guerra.

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