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Falando em público pela primeira vez desde o acidente da Gol, que vitimou em setembro do ano passado 154 passageiros, ao se chocar com um jatinho Legacy, o controlador Jomarcelo Fernandes dos Santos não admitiu falha, durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal que investiga o assunto.

Fernandes era o controlador responsável pelo jatinho Legacy no momento em que ele passou por Brasília, quando teoricamente deveria ter havido mudança na altitude.

"Não admito [falha]. A informação que tinha, no plano de vôo, é que perto de Brasília deveria estar em 360 [36 mil pés]. Não tinha porque pedir pra descer", disse Jomarcelo aos senadores.

O controlador disse ainda que o sistema de tráfego aéreo brasileiro não é seguro, avaliação que também foi feita por outros controladores de vôo que prestaram depoimento nesta segunda-feira (28).

"O sistema é falho e há sobrecarga de trabalho por parte dos operadores. A gente não confia. O sistema faz com que o controlador cometa erros", disse Jormarcelo.

A avaliação do controlador Jomarcelo Fernandes, porém, não coincide com a análise do relator da CPI, senador Demostenes Torres (DEM-GO).

Para Torres, houve uma falha não deliberada dos controladores de Brasília, principalmente de Jomarcelo, e também dos pilotos do jato Legacy, que deveria estar com o "transponder" ligado.

"Ele [Fernandes] tem uma parcela de culpa. Ele alega que houve falha do sistema. Acho que a falha foi dele mesmo. Acho que ele deve sofrer muito com isso", disse o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado Federal.

Também prestaram depoimento na tarde desta segunda-feira os controladores Lucivando de Tibúrcio de Alencar, de Brasília, Leandro José dos Santos, também da capital federal, e Francisco Roberto Agostinho, de Manaus.

Para todos eles, o sistema de tráfego aéreo brasileiro apresenta problemas. "O sistema apaga e multiplica. Induz os controladores ao erro", disse Lucivando. Para Leandro José dos Santos, há "falhas de frequência e de radar". Já Francisco Agostinho concorda que as falhas efetivamente existem.

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