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O Brasil não tinha técnicos especializados em solucionar a pane que, na terça-feira, interrompeu todas as comunicações entre aviões e torres de controle do Cindacta 1, tornando inoperantes por três horas todos os aeroportos do Sudeste e do Centro-Oeste, causando a maior pane da aviação civil brasileira. Estas informações foram dadas a deputados da comissão extraordinária criada para investigar as causas do caos do tráfego aéreo pelo ministro da Defesa, Waldir Pires.

- O ministro disse que este incidente é relativamente normal. O problema foi não ter um técnico especializado no momento do incidente - afirmou o deputado Alberto Fraga (PFL-DF).

Segundo Fraga e os outros deputados que estiveram com o ministro - Alceu Collares (PDT-RS) e Carlos William (PMDB-MG) - Pires afirmou que o problema de comunicação só pôde ser verificado porque, por casualidade, um técnico francês que trabalha na empresa italiana que fabricou o rádio utilizado pela Aeronáutica, estava em Manaus e foi transferido às pressas para Brasília.

- Será que este único técnico vai ficar aqui permanentemente? Teremos um com formação brasileira? E ele (o ministro) também não nos informou porque faltou este técnico. A qualquer momento o problema pode ocorrer de novo - disse Carlos William.

O deputado afirmou que Pires nada conhece dos problemas técnicos e de pessoal, e está sendo enganado com a omissão de informações pela Aeronáutica. A Comissão extraordinária da Câmara dos Deputados foi criada para investigar o caos do transporte aéreo no país e está agendando encontros com outras autoridades aéreas a partir da próxima semana.

- A Aeronáutica, esse sistema (de controle aéreo) é uma verdade caixa preta - afirmou William.

O contingenciamento dos recursos destinados aos órgãos do setor aéreo deverá ser um dos problemas apontados no relatório preliminar da auditoria operacional do Tribunal de Contas da União (TCU).

Mais cedo, o presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse que o governo estuda a criação de novos quatro centros de controle, que funcionariam como reservas aos atuais quatro Cindactas (Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo).

Crise deixa Pires em situação delicada

A crise operacional ampliou a crise política no setor , deixando praticamente insustentável a permanência do ministro da Defesa, Waldir Pires, no governo. Há 60 dias, o governo federal tenta resolver os problemas da aviação civil, e a insatisfação entre os militares da Aeronáutica e o Ministério da Defesa, comandado por um civil, é crescente.

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, informou, por sua vez, que o governo não vai adotar medidas com pressa para resolver o problema e criticou as companhias aéreas que, segundo ele, não estão preparadas para atender os passageiros em momentos de crise.

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