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Pacote da discórdia

Cortes pouco afetaram as escolas, diz Seed

Chefe da pasta, Fernando Ferreira, diz que déficit de professores será coberto pela suspensão de licenças-prêmio. Para APP-Sindicato, cálculos são irreais

Professores acampados na Assembleia Legislativa | Brunno Covello / Gazeta do Povo
Professores acampados na Assembleia Legislativa (Foto: Brunno Covello / Gazeta do Povo)

A Secretaria de Estado da Educação (Seed) apresentou ontem uma estimativa segundo a qual as medidas contingenciais adotadas neste ano pouco teriam afetado o quadro de pessoal das escolas da rede estadual de ensino.

Professores ganham reforço de mais três categorias

A projeção indica que o corte no número de professores temporários será compensado principalmente pela suspensão das licenças-prêmio, concedidas aos efetivos a cada cinco anos de sala. Só com esta medida, a Seed planeja manter 10,8 mil professores aos colégios. Mas para a APP-Sindicato, que representa a categoria, os cálculos da Seed são "irreais".

"A cada ano, 20% do quadro de professores efetivos da rede ficam sem dar aulas para gozar o benefício. Com essa suspensão, temos essa mão-de-obra adicional nas escolas", disse o secretário Fernando Xavier Ferreira.

Se considerarmos apenas o número de professores efetivos e temporários – aqueles que são contratados via Processo Seletivo Simplificado (PSS) –, o corpo docente da rede estadual teria sofrido uma redução drástica: de 78,5 mil professores em 2014, para 64,1 mil neste ano.

Para minimizar o rombo, a Seed vai destinar às salas de aula 910 professores que prestavam serviços administrativos na Secretaria ou nos núcleos regionais de ensino. Com os mais de 10 mil docentes que deixam de tirar licenças-prêmio, o secretário espera equilibrar o quadro.

Pelas projeções da pasta, o Paraná levaria 75,8 mil professores às salas de aula, número 3,4% inferior ao corpo docente do ano passado. "Os números estão coerentes com a demanda e com o que se tinha antes [no ano passado]", assegurou Ferreira.

A APP-Sindicato, que representa os educadores, discorda das contas da Seed. Segundo Luiz Fernando Rodrigues, diretor de comunicação do sindicato, a projeção do governo é irreal. "O máximo que a Seed sempre liberou foram cinco mil licenças por período. É um número superestimado, para tentar cobrir o rombo", disse.

Sem funcionários de apoio

Nos últimos dias, a Gazeta do Povo vem mostrando, entre outros problemas, que várias escolas perderam quase totalmente seus funcionários de apoio, estão sem professores suficientes para iniciar o ano letivo, além de terem contraído dívidas pela falta de repasses do fundo rotativo (que diz respeito às despesas básicas das unidades) no fim de 2014.

Ferreira disse haver apenas casos pontuais de superlotação de salas de aula em razão da redução no número de professores. Em relação à estrutura das escolas, o secretário disse que foi feito um levantamento em todos os colégios do Paraná e que apenas 11 necessitam de reformas emergenciais, para as quais o dinheiro já foi liberado. "As escolas têm totais condições de receber os alunos" garantiu.

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