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O presidente nacional do Partido Liberal (PL), o ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, reuniu 355 pessoas numa churrascaria de Mogi das Cruzes, neste sábado, para marcar seu retorno à cidade. Costa Neto renunciou ao mandato de deputado na semana passada para fugir da cassação, depois de ter sido apontado como responsável por um saque de R$ 10,4 milhões das contas Marcos Valério, acusado de ser o operador do suposto mensalão.

O ex-deputado disse que vai depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na semana que vem, e apresentará as notas fiscais e recibos dos repasses financeiros feitos durante as campanhas de 2002 e 2004. Os recursos teriam sido repassados pelo "pessoal do PT", e distribuídos para os candidatos que ele apoiou. Costa Neto, no entanto, não revelou quanto arrecadou e nem para quem teria destinado o dinheiro.

- Vou dizer em meu depoimento na semana que vem a quem entreguei o dinheiro, mas posso garantir que é muito menos do que o pessoal está falando por aí - referindo-se ao total de R$ 10,4 milhões que teriam sido sacados pelo PL no Banco Rural das contas de Valério.

Costa Neto repetiu trechos de seu discurso feito no dia da renúncia, na última segunda-feira.

-Cometi um erro e deputado não pode errar. Por isso, renunciei, mas vou depor sem a imunidade parlamentar, coisa que o Roberto Jefferson não teve coragem de fazer - disse Costa Neto, conhecido na cidade como "boy", referindo-se ao ex-presidente nacional do PTB, deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), a quem chamou de "covarde, gângster e chantagista".

- Jefferson é um mentiroso, que atirou num elefante e acertou numa andorinha - defendeu-se Costa Neto.

Fazendo questão de afirmar, o tempo todo, que errou, mas não cometeu crime ao receber o dinheiro sem comprovantes e ter deixado de declarar o valor total investido em campanhas, como determina a Justiça Eleitoral, ele afirmou que não esperava passar por tal situação.

- Entrei na maior fria da minha vida. Nunca pensei que isso fosse acontecer comigo.

Ele disse aos amigos reunidos na churrascaria que somente nos meses de setembro ou outubro, decidirá se volta ou não a disputar a eleição para a Câmara Federal. Cada um dos convidados para o almoço pagou R$ 30,00 pelo convite, com direito a rodízio de carne, refrigerante e água.

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