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O relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), concordou em convocar o ex-diretor de Furnas Dimas Toledo e reconvocar o publicitário Duda Mendonça para depor. A CPI vai votar nesta quinta-feira, em sessão administrativa, a convocação dos dois.

Para afastar a impressão de que estariam fazendo um acordão na comissão - supostamente em troca da não convocação de Duda - PSDB e PFL anunciaram terça-feira que defenderiam a aprovação esta semana de um requerimento de convocação de Dimas, mas Serraglio era contra e argumentava que não havia tempo hábil para iniciar uma investigação sobre Furnas.

A suposta lista de Furnas é assunto no Congresso desde a últiima quarta-feira, quando o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) confirmou, em depoimento na Polícia Federal, que recebeu R$ 75 mil de Dimas Toledo, na campanha de 2002, informação que consta na suposta relação. A lista teria nomes de tucanos e aliados do governo passado que teriam sido beneficiados por um suposto esquema de corrupção na estatal para arrecadar recursos de caixa 2 para campanhas eleitorais.

O depoimento de Dimas deve ocorrer na quarta-feira que vem; já o depoimento de Duda Mendonça só será marcado depois que a CPI tiver acesso aos documentos das contas do publicitário nos Estados Unidos.

Na quinta-feira, a CPI também vai aprovar o termo de acordo feito com a Promotoria de Nova York em que o presidente da CPI, senador Delcidio Amaral (PT-MS), o relator e os dois adjuntos, Eduardo Paes (PSDB-RJ) e Maurício Rands (PT-PE), terão acesso aos documentos da conta do publicitário nos Estados Unidos.

A CPI investiga pelo menos quatro contas do publicitário no exterior, duas delas na Flórida, nos Estados Unidos, e outras em paraísos fiscais: uma em Nassau, nas Bahamas, e outra nas Ilhas Cayman.

Segundo reportagem da revista "Veja", Duda teria US$ 1,5 milhão numa conta no Guaranty Trust Bank Limited, nas Bahamas, e 4,7 milhões de euros no JP Morgan das Ilhas Cayman.

Em depoimento na CPI dos Correios, em agosto do ano passado, Duda admitiu a existência de uma conta na Flórida, a Dusseldorf, mas negou ter outras contas no exterior. Pela Dusseldorf, Duda recebeu um pagamento de R$10,5 milhões do esquema de caixa dois do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares por serviços prestados ao partido nas eleições de 2002. Outra conta na Flórida teve os recursos bloqueados depois que a filha de Duda, Eduarda Mendonça, fez uma tentativa de sacar o dinheiro.

A CPI dos Correios descobriu que Duda fez transferências bancárias de R$4 milhões para seu genro e outras duas empresas, dias antes de comparecer ao Congresso.

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