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Escutas telefônicas

CPI ganha fôlego por mais 60 dias

Parlamentares querem apurar as denúncias de que autoridades dos três poderes foram investigadas de forma ilegal pela PF

Paulo Lacerda pode ser indiciado por falso testemunho | Marcello Casal Jr/ABr
Paulo Lacerda pode ser indiciado por falso testemunho (Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

A CPI dos Grampos foi retomada ontem na Câmara dos Deputados. E com novo fôlego. Confirmada a prorrogação de 60 dias dos trabalhos, o presidente da comissão, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), já apresentou relatório em separado – ele entregou o texto para análise do relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) – no qual sugere o indiciamento do ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Paulo Lacerda, de José Milton Campana, também da Abin, e do delegado Protógenes Queiroz: todos por falso testemunho. Itagiba sugeriu ainda o indiciamento por interceptação telefônica do banqueiro Daniel Dantas.

À luz das novas revelações de que o delegado teria supostamente feito uma investigação clandestina de diversas autoridades, conforme reportagem da revista Veja, a CPI praticamente refaz o caminho percorrido até aqui.

Hoje, a CPI faz nova reunião. Desta vez para votação de requerimentos que devem dar o tom da nova rodada da comissão, que já completou 14 meses de vida. Entre as principais propostas a serem apreciadas pelos deputados estão os pedidos de nova convocação para que Lacerda e Protógenes falem aos parlamentares. Itagiba foi além. Prometeu defender uma acareação do ex-presidente do inquérito da Satiagraha com outros agentes da Abin que à CPI confirmaram a realização de interceptações telefônicas às quais tiveram acesso por meio de Protógenes.

"O foco agora é saber se, de fato, houve prática de ilegalidade. Algumas ilegalidades já estão comprovadas, como o fato de agentes da Abin terem participado formalmente, quando disseram o contrário", disse Itagiba.

Ontem, o presidente da CPI se apressou em explicar que a divulgação de parte do inquérito que apura o vazamento da Satiagraha não ocorreu por meio da comissão. Ele relatou que, na última quinta-feira, o juiz federal Ali Mazloum enviou à CPI, por meio de Sedex, nove volumes do inquérito policial e dois volumes do procedimento cautelar de apreensão de material na casa de Protógenes, além de uma mídia eletrônica. "Nós não estávamos em Brasília quando o material chegou e tudo ficou no cofre da CPI", afirmou. Desde ontem os demais integrantes da CPI podem ter acesso monitorado à documentação.

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