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Em depoimento à comissão no dia 12 de junho, Perillo 
negou ter vendido uma casa a Carlinhos Cachoeira | Ueslei Marcelino/Reuters
Em depoimento à comissão no dia 12 de junho, Perillo negou ter vendido uma casa a Carlinhos Cachoeira| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Os senadores Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Pedro Taques (PDT-MT) dizem que apresentarão hoje um pedido à CPI que investiga as relações de Carlinhos Cachoeira solicitando a reconvocação do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O vice-presidente da CPI, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), também defendeu o indiciamento do governador de Goiás. Um relatório da Polícia Federal (PF) diz que Perillo firmou um "compromisso" com a Delta Construções, assim que assumiu o cargo, no ano passado. O acordo contava, diz a PF, com a intermediação de Cachoeira.

O acerto incluiria a liberação de créditos milionários da empreiteira com o governo goiano mediante suposto pagamento de propina a Perillo. O primeiro "compromisso", segundo reportagem da revista Época desta semana, teria sido a compra da casa do governador de Goiás pelo contraventor. "Fechou o cerco. O relatório da Polícia Federal é a prova cabal de que a venda da casa foi para Cachoeira, foi pago com dinheiro da Delta e que houve uma vinculação entre os pagamentos de créditos para a empreiteira e a quitação das parcelas pela casa", afirmou Teixeira.

Questionado sobre por quais crimes o governador de Goiás poderia ter o indiciamento sugerido pela comissão, Paulo Teixeira, que também foi líder do PT na Câmara, disse que não é possível saber agora. "Tem muitos tipos penais em que ele será enquadrado", afirmou.

Os senadores Randolfe Rodrigues e Pedro Taques querem pedir que o presidente da CPI, senador Vital do Rego (PMDB), marque uma sessão para analisar o pedido. Caso seja aprovado, a reconvocação aconteceria após o recesso parlamentar, em agosto. A CPI tem prazo para encerrar os trabalhos em novembro, caso não seja prorrogada. Suas conclusões serão remetidas para o Ministério Público, que poderá, ou não, acatá-las.

O relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), diz que os fatos reforçam o que ele já disse do governador: que Marconi "mentiu" à CPI sobre a venda da casa. No final de junho, o relator da comissão disse que a "história da casa" foi montada para negar a relação de Perillo com Cachoeira. Embora tenha admitido que Perillo "mentiu" à CPI, Cunha também não quis revelar se pedirá o indiciamento do governador por crime de perjúrio (falso testemunho) ao final dos trabalhos.

Em depoimento à comissão no dia 12 de junho, Perillo negou saber quem havia comprado a casa, tendo transferido toda a responsabilidade pela negociação ao ex-vereador Wladimir Garcez (PSDB). Na ocasião, o governador rebateu a suposição de que seria ligado a Cachoeira ou à Delta.

Em nota, a assessoria do governador informou que "tirar de 30 mil horas de gravações fragmentos de conversas, mantidas por terceiros, com o propósito de estabelecer relações que não condizem com a realidade é mais uma atitude de grupos políticos que tentam denegrir a imagem do governador".

Teixeira e Odair Cunha disseram que a CPI poderá ter acesso ao relatório da PF, remetido para instruir o inquérito contra Perillo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sem a necessidade de aprovar um requerimento específico para isso. A comissão, afirmaram, já havia decidido que todo material da polícia sobre a Operação Monte Carlo, que desbaratou o esquema de Cachoeira, tem de ser compartilhado.

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