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Transporte coletivo

CPI questiona custos do bilhete eletrônico nos ônibus de Curitiba

Vereadores avaliam que preço da passagem poderia cair, mas operadoras do sistema argumentam que escolha da tecnologia as amarrou a uma única empresa

Celina Leão: deputada levantou suspeita envolvendo empresa curitibana que venceu licitação de ônibus em Brasília | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Celina Leão: deputada levantou suspeita envolvendo empresa curitibana que venceu licitação de ônibus em Brasília (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

O contrato das empresas de ônibus de Curitiba com a companhia Dataprom, responsável pelo sistema de bilhetagem eletrônica do transporte coletivo da capital, foi um dos principais alvos de questionamento durante a sessão de ontem da CPI da Urbs da Câmara Municipal. O presidente da CPI, Jorge Bernardi (PDT), argumentou que os gastos com manutenção dos equipamentos eram significativamente menores quando a empresa Enterhelp era responsável pelo trabalho. Segundo ele, se os custos anteriores tivessem sido mantidos, a tarifa técnica poderia ser R$ 0,02 menor do que a atual – de cerca de R$ 3,00. "A Dataprom cobra cerca de R$ 500 mil a mais pela realização do mesmo serviço, o que representa um prejuízo de R$ 6 milhões por ano", disse ele.

Representando o Sindica­­­to das Empresas de Ônibus de Curitiba e Região Metro­­­politana (Setransp), o advogado Sacha Reck, do escritório de Advocacia Guilherme Gonçalves & Sacha Reck, argumentou que a contratação da Dataprom ocorreu porque era essa empresa que detinha a tecnologia adotada em Curitiba para a bilhetagem eletrônica. "As empresas de ônibus ficam amarradas a quem detém a tecnologia do sistema implantado", disse ele.

Reck explicou que foi essa razão que impediu que o contrato com a Enterhelp perdurasse. " Por não ter esse acesso à tecnologia, a empresa ficava impossibilitada de realizar o serviço com qualidade." Ele afirmou ainda que as empresas do transporte coletivo estão reféns de uma única prestadora desse serviço e que a falta de concorrência impede a diminuição dos custos.

Além disso, o advogado da Setransp também observou que o serviços e os equipamentos do sistema de bilhetagem têm muitas falhas de funcionamento e que as empresas estão insatisfeitas com o serviço prestado pela Dataprom. "Dez por cento da frota acaba tendo problemas com o validador do car­­­­­tão- transporte, o que causa interrupções da viagem e prejuízos", afirmou ele.

Dificuldade

Um dos objetivos da reunião de ontem da CPI era esclarecer a composição da tarifa técnica. O vereador Jorge Bernardi ressaltou a dificuldade de entender como funciona a cobrança da tarifa, que envolve a análise de mais de 40 itens. " Uma diferença de 1 centavo em um desses item vai representar uma diferença de R$ 3 milhões no sistema. Temos que investigar para ver se realmente há gordura nesse sistema."

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