Brasília (ABr) O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR), sub-relator de movimentações financeiras da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, disse ontem que já tem como apontar as quatro fontes que poderiam financiar o esquema de Valério, além do já citado contrato com a Visanet.
As suspeitas devem constar no relatório parcial que será divulgado na próxima quinta-feira.
Segundo Fruet, outra fonte de recursos podem ser os contratos de publicidade com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). "Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), existem irregularidades nos contratos dos Correios. Isso significou que houve uma sobra de dinheiro nas contas de Marcos Valério, que ele pode ter usado para esse tipo de operação", afirmou o sub-relator.
O deputado afirmou que o relatório irá apontar também que o recurso pode ter origem em empresas privadas que "têm interesse no governo e viram no Marcos Valério a possibilidade de intermediar esses interesses". Segundo Fruet, entre as empresas estão algumas de telefonia, como a Telemig Celular.
A quarta possível fonte de recursos, de acordo com Fruet, é a bonificação recebida por Marcos Valério nos contratos de publicidade. "Ele movimentou, entre 2003 e meados de 2005, um valor de quase R$ 150 milhões em contratos. Considerando uma prática de mercado que é a bonificação que fica em torno de 10 a 20% já se tem uma origem considerável de recursos que podem ter sido utilizados para esse tipo de operação", explicou o sub-relator.
Na quinta-feira, o deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), relator da comissão, citou a primeira fonte. Seria o contrato da agência de publicidade DNA, de Valério, com a Visanet empresa que tem como um de seus principais acionistas o Banco do Brasil, com 32,5% do capital.



