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Investigação no congresso

CPMI convoca Perillo e Agnelo, mas poupa o peemedebista Cabral

Dos três governadores suspeitos de envolvimento com o esquema de Cachoeira, apenas o do Rio não terá de depor ao Congresso. PMDB ameaçava retaliar o PT após a quebra do sigilo da empreiteira Delta

Cabral e Cavendish (ex-sócio da Delta, agachado), em Paris | Reprodução/Blog/Antony Garotinho
Cabral e Cavendish (ex-sócio da Delta, agachado), em Paris (Foto: Reprodução/Blog/Antony Garotinho)
Jantar na Riviera Francesa em que Cabral também esteve com Cavendish |

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Jantar na Riviera Francesa em que Cabral também esteve com Cavendish

Imagem da festa do lenço da cabeça, também em Paris |

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Imagem da festa do lenço da cabeça, também em Paris

Agnelo, governador do DF |

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Agnelo, governador do DF

Perillo, governador de Goiás |

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Perillo, governador de Goiás

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira aprovou ontem a convocação dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). O governador do Rio de Janeiro, o peemedebista Sérgio Cabral, foi poupado e não terá de se explicar ao Congresso. Os três são suspeitos de terem ligações com pessoas e empresas ligadas ao esquema criminoso e de corrupção do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O pedido de convocação de Cabral foi recusado por 17 votos contra 11. A rejeição ocorreu apenas um dia depois de que a CPMI aprovar a quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal da empreiteira Delta, ligada a Cachoeira e cujo ex-sócio Fernando Cavendish é amigo de Cabral. A construtora fechou negócios de R$ 1,49 bilhão com o governo fluminense durante a gestão do peeme­­debista.

O PMDB era contra a abertura das contas da Delta, mas o PT votou a favor. Os peemedebistas então ameaçaram retaliar os petistas na comissão. Nos bastidores, especula-se que a rejeição à convocação de Cabral tenha sido uma tentativa do PT de acalmar os ânimos do partido aliado.

Dança do guardanapo

A oposição reclamou do privilégio concedido a Cabral. "Nós não queremos participar de farsa que ponha debaixo do tapete os problemas dos outros governadores", afirmou o líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). "Nós temos que convocar de maneira isonômica os três governadores que têm suspeitas que se avolumam", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).

O senador Humberto Costa (PT-PE), porém, disse que a situação dos três governadores não é a mesma. "Nós vamos chamar o governador do Rio de Janeiro porque ele botou um guardanapo na cabeça e ficou dançando? É isso?", questionou Costa. Ele se referia ao episódio em que Cabral aparece em fotos com Fernando Cavendish em um jantar festivo em Paris (França). Os dois amigos ainda foram fotogrados se confraternizando na Riviera Francesa.

A viagem à França era uma missão oficial do governo do Rio. O que não se sabe até hoje é se os jantares, em estabelecimentos luxuosos, foram ou não pagos com dinheiro da Delta – construtota suspeita de ter Carlinhos Cachoeira como sócio oculto.

Antes de ter se livrado de comparecer ao Congresso, Sérgio Cabral disse a jornalista, irritado, que "não teme" a quebra dos sigilos da Delta. "Por que eu temeria? Acho até um desrespeito da sua parte me perguntar isso", disse ele. "Uma coisa é a relação pessoal que eu tenho com empresários ou não empresários. Outra coisa é a impessoa­­lidade da decisão administrativa. Essas ilações [de que estaria favorecendo a Delta] são de uma irresponsabilidade completa, um desrespeito completo com a minha pessoa." Foi a primeira vez que Cabral falou sobre o assunto desde 27 de abril, quando vieram à tona fotos dele em festas na França.

Perillo e Agnelo

A convocação do governador de Goiás, Marconi Perillo, foi aprovada por unanimidade pela CPMI, com o apoio em peso da oposição, um dia depois dele ter feito uma visita de surpresa à comissão colocando-se à disposição para depor. Já o pedido para o governador Agnelo Queiroz (DF) depor recebeu 16 votos favoráveis e 12 contrários.

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