O presidente da CPI mista da Petrobras, senador Vital do Rego (PMDB-PB), cancelou a participação do doleiro Alberto Youssef investigado pela Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF) na sessão da comissão que está marcada para a próxima quarta-feira (29). Youssef foi chamado no último dia 21 para prestar esclarecimentos aos parlamentares, mas no final da manhã desta segunda-feira (27), foi liberado.
Diante do pedido, a defesa do doleiro enviou ofício à comissão de inquérito e anunciou que Youssef se manteria calado independente dos questionamentos e mesmo que em sessão secreta. O silêncio é motivado pelo acordo de delação premiada que Youssef firmou com a Justiça Federal. Para o senador, não fazia sentido manter a fala do doleiro. "Fazer uma mobilização enorme de transporte para ele ficar calado é contra-producente. Ao contrário do Paulo Roberto Costa [ex-diretor da Petrobras], em que tinha uma expectativa dele falar, o Youssef se antecipou e disse que não vai falar nada. Fiz uma consulta aos líderes e decidi pelo cancelamento", afirmou Vital.
A oposição considera essencial o depoimento do doleiro, especialmente depois que disse em depoimento à Polícia Federal e ao Ministério Público que a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula tinham conhecimento do esquema de desvio de dinheiro na Petrobras, como revelado pela revista Veja.
Vital disse que vai remarcar o depoimento de Youssef para depois da homologação de sua delação premiada com a Justiça.
No lugar de Youssef, a CPI vai ouvir o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, que substituiu Paulo Roberto no cargo. Consenza deveria ter falado à comissão na última quarta-feira (22), mas encaminhou atestado médico no dia do depoimento alegando razões de saúde para não comparecer.
Saúde
A defesa de Alberto Youssef acredita que o estado de saúde do doleiro que está internado por problemas cardíacos desde sábado influenciou na decisão. "Nós esperávamos o bom senso nessa tomada de decisão. Seria temerário exigir que no estado que ele está, passasse por isso", comentou o advogado Antônio Figueiredo Basto.



