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Investigação

CPMI do Cachoeira terá três paranaenses

Comissão será criada hoje e a indicação dos 30 integrantes se encerra na próxima semana. Senador Vital do Rêgo é cotado para a presidência

Alvaro Dias quer cargo de comando para a oposição; Rubens Bueno teme interferência do Planalto e Francischini deverá ser indicado pelo PSDB | Fotos: Geraldo Magela/Ag. Senado, Leonardo Prado/Ag. Câmara e Leonardo Prado/Ag. Câmara
Alvaro Dias quer cargo de comando para a oposição; Rubens Bueno teme interferência do Planalto e Francischini deverá ser indicado pelo PSDB (Foto: Fotos: Geraldo Magela/Ag. Senado, Leonardo Prado/Ag. Câmara e Leonardo Prado/Ag. Câmara)
Senador teria usado o cargo para negociar um contrato de R$ 8 milhões para a Delta |

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Senador teria usado o cargo para negociar um contrato de R$ 8 milhões para a Delta

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com o poder público e empreiteiras – que deve ser criada hoje – contará com pelo menos três representantes do Paraná. O senador Alvaro Dias (PSDB) e os deputados federais Rubens Bueno (PPS) e Fernando Francischini (PSDB) serão indicados oficialmente hoje para compor a comissão. Essa lista pode crescer, já que nem todos os nomes foram indicados até o momento. A CPMI deve ter início com a leitura do requerimento, às 10h30.

O pedido de criação da comissão foi protocolado na Mesa do Congresso na noite de terça-feira, com as assinaturas de 67 senadores e 340 deputados. O mínimo necessário era 27 e 171, respectivamente.

A partir da instalação, os partidos têm até a próxima terça-feira para apresentar seus indicados para a composição. Ao todo, serão 15 senadores e 15 deputados federais na CPMI. Cada um tem direito a um suplente. Dessas 30 vagas, apenas seis serão da oposição. O tucano Alvaro Dias afirma que tem conversado com lideranças do PT e do PMDB para tentar garantir uma divisão no comando da comissão – um dos lados ficaria com a presidência, o outro com a relatoria, o que o senador considera uma forma de dar mais credibilidade ao processo. Entretanto, ele reconhece que as chances disso acontecer são remotas.

Segundo as investigações da Polícia Federal, o esquema de Cachoeira envolvia políticos ligados ao governo, como o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e à oposição, como o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Além disso há empresas que prestam serviços para ambos os lados, como a Delta, que recebeu R$ 4 bilhões do governo federal desde 2007. Logo, ambos os lados têm seus interesses e receios em relação às investigações.

Para Bueno, a oposição deve exigir que todos os fatos sejam apurados, mesmo aqueles que envolvem a oposição. "Na CPI, não há bancada de oposição e de situação. O Parlamento tem o dever de investigar todas as denúncias", afirma. O deputado diz temer que o governo dificulte as investigações.

Além dos três paranaenses da oposição, alguns outros nomes já foram anunciados por seus partidos. No Senado, veteranos como Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL) estão entre os indicados. Pedro Taques (PDT-MT) e Randolfe Rodrigues (PSol-AP), que compunham com Demóstenes o grupo apelidado de "os três mosqueteiros", pela postura crítica ao governo federal, também devem ser indicados – respectivamente, em vagas cedidas pelo PT e pela oposição. Do Senado deve sair o provável presidente da CPMI: Vital do Rêgo (PMDB-PB).

Na Câmara, a oposição vai contar também com Carlos Sampaio (PSDB-SP). No lado governista, alguns nomes são especulados: o ex-líder do governo na Casa, Cândido Vacarezza (PT-SP) e Luiz Sérgio (PT-RJ) estão entre os cotados.

Mensalão

Na semana passada, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, mencionou que a CPI poderia ajudar a "desbaratar a farsa do mensalão". Alvaro diz acreditar no contrário: que a CPI sirva de estímulo para o Supremo Tribunal Federal (STF) prosseguir com o julgamento do caso. "Farsa é afirmar que o mensalão não existiu", afirma.

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