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Operação Monte Carlo

CPMI investigará Delta em todo o país

Parlamentares definem cronograma de depoimentos. Cachoeira falará no dia 15 e Demóstenes, no próximo dia 31

CPMI, presidida por Vital do Rêgo (dir) e relatada por Cunha, determinou a quebra do sigilo de Carlinhos Cachoeira a partir de 1º de janeiro de 2002 até 2012 | José Cruz/ABr
CPMI, presidida por Vital do Rêgo (dir) e relatada por Cunha, determinou a quebra do sigilo de Carlinhos Cachoeira a partir de 1º de janeiro de 2002 até 2012 (Foto: José Cruz/ABr)
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira furou ontem a blindagem montada pelo PT para proteger o governo federal e decidiu investigar as ligações da Delta Construções S.A. com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, em todo o Brasil. A empreiteira já fez obras no Paraná e tem cinco contratos atualmente com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no valor de R$ 130 milhões.

Também foi quebrado o sigilo bancário de Cachoeira do dia 1.º de janeiro de 2002 até agora. O bicheiro será ouvido pelos parlamentares no próximo dia 15, segundo cronograma aprovado ontem.

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) vai depor no dia 31. Também já estão marcados os depoimentos de arapongas de Cachoeira e convites a delegados e procuradores que atuaram no caso.

Na opinião do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), a pressão dos partidos de oposição, que contaram com o apoio de partidos da base, como o PDT , o PMDB e o PCdoB, possibilitaram mudar o plano de trabalho do relator Odair Cunha (PT-MG), tirando o foco de investigação da Delta somente no Centro-Oeste, e levando-o para todo o país. A Delta é a empresa que mais tem obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De 2007 até agora ela recebeu R$ 4,13 bilhões do governo federal. Pressionado, restou a Cunha admitir que não havia como manter as investigações apenas no Centro-Oeste. "Vamos ver o papel da Delta na organização criminosa. Há elementos contundentes e suspeitas de que Cavendish seria sócio oculto do Cachoeira."

Governadores

A posição branda de Cunha foi adotada pelos demais quando o foco passou a ser a relação de governadores com o esquema investigado pela Polícia Federal. Nos casos de Marconi Perillo (PSDB-GO), Agnelo Queiroz (PT-DF) e Sérgio Cabral (PMDB-RJ), a CPMI nada decidiu.

Ao todo, a CPMI aprovou 51 requerimentos. O plano de trabalho apresentado por Odair Cunha prevê que a situação dos governadores só deverá ser examinada a partir de junho. Cunha e a base do governo entenderam que não têm condições técnicas para convocá-los agora. Os partidos de oposição acabaram concordando com eles.

A Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que investigou e desbaratou o esquema de Carlinhos Cachoeira, gravou conversas em que aparecem os nomes de Agnelo e Perillo. Quanto a Cabral, os parlamentares de oposição desejam convocá-lo por causa da ligação com o empresário Fernando Cavendish, ex-diretor nacional da Delta.

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