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Diante da alta nos juros, o melhor para quem está inadimplente é evitar fazer um novo empréstimo | Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas
Diante da alta nos juros, o melhor para quem está inadimplente é evitar fazer um novo empréstimo| Foto: Marcos Santos/USP Imagens/Fotos Públicas

Negociação

Portabilidade permite levar dívida para banco com juro menor

O consumidor tem a opção de migrar a dívida de um banco para outro, caso encontre taxas de juros mais vantajosas e a nova instituição aceite quitar o passivo original, tornando-se a nova credora. A operação se chama portabilidade de crédito e é apontada por economistas como uma alternativa interessante de melhorar as condições para o pagamento do valor devido.

Todas as modalidades de crédito se encaixam no programa, mas o novo banco não é obrigado a aceitar a proposta do consumidor para assumir a despesa. O portal Meu Bolso Feliz, do SPC Brasil, tem uma ferramenta que permite simular uma troca de dívida, apontado se a mudança é mesmo vantajosa. O endereço é http://meubolsofeliz.com.br/simulador-de-troca-de-divida.

Mesmo que a troca seja efetuada, a recomendação é para o inadimplente seguir vigilante, cortando despesas desnecessárias e evitando novas dívidas. "O único caminho é a reeducação financeira, que ataca a causa e não os efeitos desse problema" diz Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira dos Educadores Financeiros.

O encarecimento e a restrição na concessão de crédito têm reduzido o apetite por empréstimos e levado muitos consumidores a encontrar soluções no próprio orçamento para quitar contas pendentes. No último ano, a taxa média de juros dos empréstimos subiu cinco pontos, chegando a 43% ao ano, com destaque para o cheque especial, que oferece juros de 200% – índice mais alto em 15 anos.

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O reflexo disso é a redução da contratação de empréstimos. O porcentual de famílias com dívidas contraídas em modalidades como cartão de crédito, crédito consignado e crédito pessoal atingiu em janeiro a menor marca desde 2012, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). "Muitas famílias usaram o 13.º salário para pagar suas dívidas, porque não estão com perspectivas de endividamento alto para este ano. O consumidor está mais apto a lidar com suas finanças pessoais", diz a economista da CNC Marianne Hanson, que coordena o estudo.

Especialistas apontam que, diante da alta nos juros dos empréstimos, a melhor alternativa para quem está inadimplente é, se possível, evitar esse tipo de operação. "Esse é o pior dos momentos", avalia Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira dos Educadores Financeiros (Abefin) e autor de livros sobre endividamento. Ele recomenda que, antes de buscar financiamento, o consumidor revise o orçamento doméstico e identifique gastos excessivos ou supérfluos para cortá-los e gerar receita.

Também é importante procurar o credor, manifestar interesse em pagar a dívida e negociar condições mais vantajosas para a quitação. "A pessoa precisa se interessar pelo tema, por mais árduo que seja. Fugir do assunto é a pior receita", orienta o economista José Vignoli, do SPC Brasil.

Escolha

Se, mesmo diante dos custos em alta, o consumidor optar por um financiamento, deve ficar atento às taxas de juros e prazos para pagamento. As chamadas modalidades de emergência, como cheque especial e encargos de cartão de crédito, têm as maiores tarifas e, assim, são recomendadas apenas para casos extremos. "O cheque especial foi desvirtuado. É um produto para emergência, mas muitas pessoas passaram a usá-lo como capital de giro, incluindo no orçamento o limite desse crédito", explica Vignoli.

Uma categoria muito buscada – cerca de um terço dos brasileiros já recorreu a ela, segundo pesquisa recente do SPC Brasil – é o crédito consignado, cujo pagamento de parcelas se dá por meio de desconto salarial. Embora tenha taxas menores, em razão do baixo risco de inadimplência, esse tipo de financiamento nem sempre é o ideal. "Tudo depende de qual empréstimo você acessa, com que instituição e sob que taxas", alerta Vignoli.

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