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Os crimes mais graves da Operação Lava Jato ocorreram no Paraná, de acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que conduz a investigação. A afirmação consta de um novo site elaborado pela procuradoria que explica os pormenores da operação.
São citados os crimes de lavagem de dinheiro praticados pelo doleiro Alberto Youssef, que em parte ocorreram em Londrina, no norte do estado, e também as obras de reforma da refinaria Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. O texto diz que há "provas concretas de corrupção envolvendo propinas de dezenas de milhões de reais pagas em obras" da Repar.
Os exemplos fazem parte de uma seção do site que explica os motivos de a operação estar centralizada em Curitiba. E podem ser entendidas como justificativas para manter o caso no Paraná.
Desde o início da operação, as defesas dos acusados já fizeram várias tentativas de migrar os processos para outros estados. O principal objetivo dos advogados é tentar tirar as ações das mãos do juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, considerado implacável e intransigente com casos de corrupção.
Em entrevista à Gazeta do Povo ontem, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que o Paraná e especificamente Londrina pode ser considerado o "berço" da Lava Jato.
"O berço é onde está o Alberto Youssef. O Alberto é ligado à parte dos crimes financeiros, e dos crimes políticos o pivô era o (ex-deputado do PP, já falecido) José Janene. E os dois são de Londrina", disse Lima.
No site, os procuradores explicam que "os primeiros fatos investigados envolviam lavagem de dinheiro praticada, entre outras pessoas, por Alberto Youssef, e aconteceram em Londrina, no Paraná". No decorrer das investigações foram descobertos crimes em outros estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.
"Além de Alberto Youssef ter sede no Paraná e em São Paulo, ele lavou ativos por meio de atividades e imóveis localizados em Londrina e em Curitiba, gerenciando suas atividades ilícitas também a partir daí", diz o texto.
Os imóveis citados foram alienados a partir do acordo de delação premiada que o doleiro firmou com o MPF em troca de redução de pena, incluindo unidades em hotéis em São Paulo e na Bahia e do hotel Bluee Tree Premium, em Londrina. Youssef admitiu que os bens, que somam cerca de R$ 50 milhões, foram obtidos com dinheiro sujo.
Além da lavagem de dinheiro e os desvios da Repar, a Gazeta do Povo já mostrou outros fatos relacionados à Lava Jato que ocorreram no Paraná. A previdência de Paranaguá, no litoral, investiu R$ 2 milhões em um fundo administrado por Youssef. E obras privadas no Porto de Paranaguá são citadas em uma planilha apreendida com o doleiro, levantando suspeita sobre a possibilidade de pagamento de propina de cerca de R$ 14 milhões.



