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Segurança em crise

Criminoso fala com jornalista por celular de presídio de segurança máxima

O jornalista Roberto Cabrini, da TV Bandeirantes, conseguiu driblar a segurança e falar com um líder do crime organizado dentro do presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes. A entrevista foi ao ar na madrugada desta quinta-feira. Em mais um lance de ousadia nos ataques a São Paulo, Cabrini afirma que falou com o responsável pelos ataques à cidade, o preso Marcos Camacho, o Marcola, pelo celular. Segundo as autoridades, desde sábado, Marcola está na penitenciária de Presidente Bernardes.

Num perfil do criminoso, Cabrini afirma que Marcola foi condenado a 30 anos de prisão por assalto a banco e cumpriu 24 anos da pena. Segundo Cabrini, ele é considerado o 'líder cerebral' da facção criminosa e cursou duas faculdades. Veja os principais trechos da entrevista:

Por que o PCC decidiu fazer os ataques?

- Bom, a gente decidiu porque, por meios legais, fizemos vários apelos, pela Constituição e pela lei que nos ampara, de ter advogado e os direitos que reza a lei para o preso. Eles tomaram a iniciativa de remover e feriram toda essa lei e essa Constituição, numa decisão arbitrária, sem usufruir de nenhum destes direitos, nenhuma regalia. Foi aí que decidimos chamar atenção por essa forma. Não obtivemos êxito por meios legais e acabamos chamando atenção desta forma.

Os ataques começaram na sexta-feira, quando eles foram decididos?

- Foi decidido na própria sexta-feira. Foi decisão em conjunto. Tentamos resolver de forma legal, mas deram as costas. Eles sabiam que, se fizessem a remoção, mexeriam na ferida.

Perguntado sobre se foi a facção que determinou os ataques ao metrô e a ônibus, o criminoso foi categórico:

- O que foi visto foi feito

Ao detalhar os motivos que levaram aos ataques, o criminoso afirmou que foi apenas para obter êxito nos pleitos. "Se a gente não atacasse não seria ouvido", resumiu. Sobre o assassinato até mesmo de um bombeiro durante os ataques, disse que existem atitudes que são tomadas de forma isolada e oportunista.

O preso faz ainda uma ameaça às autoridades, ao responder se elas subestimaram o poder do crime organizado.

- Não sei. Só sei que o impacto é esse e estamos preparados para muito mais, tem condição de muito mais. Foi cessado, parado. Estamos procurando meio de resolver a situação, mas eles não estão querendo, estão agindo de forma virtual, declarando guerra. E esquecendo que estão deixado a sociedade à mercê. As duas partes têm poder de fogo, quem tem a perder é quem não é de nenhuma das duas partes.

Perguntado o que levou a cessar os ataques, respondeu.

- Causou o efeito que foi necessário. Usamos para chamar atenção.

Sobre um acordo com as autoridades para colocar fim aos ataques, negou:

- Da minha parte não.

O preso disse ainda que outras 'manifestações' podem ocorrer, pois a Polícia Militar está matando.

- Está morrendo família de preso e gente inocente. Qual é a arma da gente? É chamar atenção. É procurar a mídia, Por isso estou falando com você

Perguntado se há próximos passos a serem tomados, afirmou que 'não tem próximo passo'.

- Estamos esperando retorno em cima disso. Quero respeito, dignidade, senso de humanidade.

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