O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, afirmou nesta terça-feira à CPI do Apagão na Câmara que a crise aérea afetou o desempenho das empresas no primeiro trimestre deste ano. Entre os fatores que provocaram a redução está a quantidade de indenizações pagas aos usuários e o acirramento da competição entre as empresas aéreas. Bologna informou que, só no último fim de semana, mais de 30 mil passageiros da TAM foram indenizados com alimentação ou hospedagem. Nesta terça, também falará à CPI o secretário de Finanças da Aeronáutica, tenente-brigadeiro-do-ar Neimar Dieguez Barreiro.
Marco Antônio Bologna disse ainda que as recentes medidas adotadas pela Aeronáutica para combater o atraso nos aeroportos permitiram que o nível de pontualidade dos vôos retornasse aos patamares anteriores ao acidente com o vôo da Gol. Segundo ele, a pontualidade hoje é superior a 90%. Bologna relatou que, em dezembro de 2006, esse índice caiu para 43%, sendo que a média é de 81% nos Estados Unidos. Ele considera pontual um vôo que tem menos de 15 minutos de atraso.
O presidente da TAM reconheceu que a empresa não conseguiu atender com níveis satisfatórios seus passageiros durante a crise e, por isso, está fazendo investimentos para melhorar a situação. Foram adotadas medidas como a colocação de mais de 500 funcionários nos saguões dos aeroportos e destinados mais de R$ 15 milhões para permitir que o site da empresa ofereça aos usuários informações sobre vôos e aeroportos.
Durante a reunião, o presidente da empresa disse que, apesar da crise, o setor está em forte expansão e deverá crescer pelo menos 10% nos próximos três anos. A previsão é que, em 15 anos, o número de usuários seja três vezes maior, desde que sejam superados gargalos na infra-estrutura e no controle do tráfego aéreo. Bologna defendeu o aumento do número de controladores de vôo e a melhoria da infra-estrutura do sistema de controle e da infra-estrutura aeroportuária.
No início da reunião, o relator da CPI, deputado Marco Maia (PT-RS), anunciou que vai apresentar requerimentos para obter informações sobre o trabalho do controlador de vôo suíço Christoph Gilgen, que deu entrevista para o Fantástico, da TV Globo, no domingo a respeito do sistema de controle aéreo brasileiro. Gilgen comandou a comissão internacional que, no ano passado, estudou o acidente com o avião da Gol.
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