
Sob efeito da crise econômica global, as avaliações do governo Lula e do presidente Lula colhidas pela pesquisa CNT/ Sensus caíram em março, em relação a janeiro, para os menores níveis desde abril de 2008. A avaliação positiva do governo Lula caiu de 72,5% de janeiro para 62,4% em março. Já a aprovação pessoal do presidente Lula teve um recuo de 84% em janeiro para 76,2% em março.
"Essa queda basicamente é efeito da piora nas perspectivas para emprego e renda, mas ainda são porcentuais significativamente elevados", disse o diretor da Sensus Ricardo Guedes.
Apesar da queda na aprovação do governo e do presidente, os patamares ainda são bem superiores aos verificados pela pesquisa no governo Fernando Henrique Cardoso, no mesmo mês de um ano pré-eleição presidencial. Em março de 2001, a avaliação positiva do governo FHC era de 33,3% e a avaliação positiva do presidente Fernando Henrique Cardoso era de 45,6%.
Transferência
Apesar da queda da aprovação pessoal e de seu governo, o presidente Lula aumentou sua capacidade de transferência de votos. Segundo o levantamento, a parcela dos entrevistados que votaria em um candidato apoiado por Lula passou de 15,6% em dezembro para 21,5% em março.
De acordo com Guedes, essa maior transferência de votos do presidente pode ser notada também pelo crescimento das intenções de voto em Dilma Rousseff, que seria a candidata de Lula.
O governador de São Paulo, José Serra segue liderando em todos os cenários em que ele aparece como opção. A ministra-chefe da Casa Civil, porém, começa a crescer na preferência do eleitorado como candidata à Presidência da República e já ultrapassa o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na corrida pelo Palácio do Planalto, nos cenários de pesquisa espontânea e na estimulada de segundo turno.
A resposta espontânea é aquela na qual os eleitores respondem livremente em quem votariam para presidente sem a apresentação de nenhuma lista. Nesta pesquisa, Dilma aparece com 3,6% das intenções de voto, em terceiro lugar, atrás do presidente Lula, com 16,2%, e de José Serra, com 8,8%. Aécio aparece apenas em quarto lugar, com 2,9%. Além disso, numa simulação de segundo turno, Dilma teria 29,1% contra 28,3% de Aécio.
Guedes ressaltou que apesar da vantagem, Dilma está tecnicamente empatada com Aécio. Segundo ele, porém, a pesquisa mostra uma tendência de crescimento de Dilma. "A ministra está transitando mais, aparecendo mais. Ela vem experimentando um crescimento significativo", declarou.



