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Eduardo Cunha respondeu aos ataques que recebeu dos integrantes do PT: “Cansado de ser agredido”. | Ueslei Marcelino/Reuters
Eduardo Cunha respondeu aos ataques que recebeu dos integrantes do PT: “Cansado de ser agredido”.| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Alvo de ataques de setores do PT, o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), subiu o tom e a temperatura das críticas aos petistas. Um dos principais nomes do PMDB, sigla que é a maior aliada do governo Dilma no Congresso, Cunha afirmou que a dobradinha entre PT e PMDB não se repetirá em 2018 e indicou que a ruptura pode ser antecipada caso os desentendimentos entre os dois partidos se agravem.

“No momento, temos compromisso com o país e a estabilidade, mas isso não quer dizer que vamos nos submeter à humilhação do PT”, disparou o deputado pelo Twitter.

Saída do PMDB do governo se dará com a “maior transparência”

  • SÃO PAULO

O tempo em que o partido deverá deixar o governo deverá ser objeto do Congresso do partido e, depois, de negociação com o PT e a presidenta.

 Interlocutor do vice Michel Temer.

Um aliado próximo do vice-presidente, presidente do PMDB e articulador político, Michel Temer (SP), afirmou neste domingo (14) que uma eventual saída do partido do governo Dilma Rousseff se dará com a “maior transparência”.

O comentário ocorre após o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter elevado o tom e usado o Twitter mais cedo para atacar o PT e ironizar o partido de Dilma.

O aliado de Temer lembrou ele já dissera, em entrevista, que o partido terá candidato presidencial nas eleições de 2018. “O tempo em que o partido deverá deixar o governo deverá ser objeto do Congresso do partido e, depois, de negociação com o PT e a presidenta. Tudo com a maior transparência, pois vamos continuar com a Vice-Presidência”, afirmou esse interlocutor do vice.

Na avaliação da fonte, no Congresso do PMDB, que será realizado em agosto, a discussão sobre um desembarque do partido do governo Dilma será forte.

Mas ele diz considerar que a saída definitiva da legenda se dará após as eleições municipais de outubro de 2016, a tempo de a presidente e o PT conseguirem encontrar um novo parceiro político para as eleições presidenciais de 2018.

Os peemedebistas reclamam da investida de ministros do governo para enfraquecer o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), articulador político do Planalto.

“O PMDB está cansado de ser agredido pelo PT constantemente e é por isso que declarei [...] que essa aliança não se repetirá. Talvez tivesse sido melhor que eles aprovassem no congresso o fim da aliança. Não sei se num congresso do PMDB terão a mesma sorte”, afirmou Cunha. Suas declarações foram feitas primeiro ao jornal O Estado de S.Paulo.

No fim da reunião do 5.º Congresso Nacional do PT no sábado (13), o partido rejeitou a revisão da política de alianças, que tem como principal aliado o PMDB. Apesar da decisão, dirigentes petistas ecoavam gritos de “fora, Cunha” enquanto era discutida a proposta sobre o rompimento com o PMDB e demais partidos aliados.

A relação de Cunha com o PT foi estremecida desde sua eleição, quando o partido atuou para deixá-lo de fora do comando da Câmara. Desde que assumiu o posto em fevereiro, ele tem articulado uma série de derrotas para o governo e avançado com uma pauta conservadora, segundo petistas, como a redução da maioridade penal, a revisão do estatuto do desarmamento, além de articulado uma reforma política contrária ao governo.

“Se estão com raiva da pauta, ao invés disso, busquem debater e convencer das suas posições e não agredir. Aliás, as críticas que recebo porque estamos pautando, debatendo e votando matérias que estão anos na gaveta não são justas. Continuarei pautando e ainda não conheço uma maneira melhor do que a democracia,onde a maioria aprova ou derrota alguma matéria”, disse.

Crença

Evangélico e defensor de posições conservadoras na área dos costumes, Cunha voltou a defender a manifestação de deputados católicos e evangélicos no plenário na quarta-feira (10).

“Todos devemos respeitar a laicidade do Estado e todas as políticas de Estado devem ser assim. Agora, não se pode confundir Estado laico com os representantes que [não] possam ter as suas opiniões e crenças. Ter o Estado laico não significa ter de proibir os parlamentares de se manifestarem nas suas crenças. O direito de manifestação e de opinião são preservados na nossa Constituição.”

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