Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
lava jato

Cunhada de Vaccari estava no Panamá, confirma advogado

Segundo sua defesa, Marice participava de congresso em paraíso fiscal bastante usado por alvos da Lava Jato; ela deve se entregar nesta sexta-feira

Marice Corrêa de Lima, cunhada do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, estava no Panamá quando sua prisão preventiva foi decretada na quarta-feira, na 12ª etapa da Operação Lava Jato. As informações foram confirmadas pelo advogado dela, Cláudio Pimentel. Segundo o advogado, Marice se entregará nesta sexta-feira, no início da tarde, à Polícia Federal em Curitiba.

Assim que soube da prisão, Marice, que estava viajando há cerca de duas semanas, teria providenciado seu retorno ao Brasil, comentou o advogado. Pimentel disse não saber ao certo o que sua cliente fazia no Panamá, declarando apenas que ela participava de um congresso.

— Não tenho ideia de que Congresso era — disse o advogado.

O Panamá é reconhecidamente um paraíso fiscal e já apareceu em outras investigações da Lava Jato, como a relacionada ao ex-ministro José Dirceu — que abriu uma filial da JD Assessoria e Consultoria Ltda no país e desde 2008 viajou frequentemente, antes de ser preso. Muitos dos alvos da operação, como os delatores Pedro Barusco (ex-gerente de Engenharia da Diretoria de Serviços da Petrobrás), Julio Camargo (lobista de empreiteira) , o doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras) tinham offshores no Panamá para movimentar contas fora do Brasil.

Segundo o advogado da cunhada de Vaccari, Marice chegou na madrugada desta sexta-feira em São Paulo e já segue — ainda não se sabe se de carro ou avião —para Curitiba.

Na quarta-feira, o delegado da Polícia Federal de Curitiba, Igor Romário de Paula, disse que não havia registro nem de entrada e nem de saída de Marice do país - o que levou a Polícia Federal a descartar que ela estava fora do Brasil. Até o início de quinta-feira, a PF considerava Marice foragida da Justiça.

Na última quarta-feira, após ser preso na 12ª fase da Operação Lava Jato, Vaccari disse que Marice poderia estar no Panamá ou na Costa Rica.

Contra Marice, pesam suspeitas que, para o juiz Sergio Moro, justificam sua detenção temporária. De acordo com as investigações do Ministério Público Federal (MPF), ela é suspeita de ser destinatária do dinheiro do esquema de corrupção. Ela teria adquirido um apartamento por R$ 200 mil e o vendido para a empresa OAS por R$ 400 mil, conforme as investigações. Este mesmo imóvel, teria sido vendido pela empreiteira por um valor menor.

— Aparentemente é uma operação típica de lavagem de dinheiro — disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.

Em 2011, Marice declarou ter recebido R$ 100 mil como assalariada da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas e R$ 240 mil de indenização por acidente de trabalho e FGTS. A Justiça diz que ela nunca sacou o fundo.

Além disso, ela já havia sido citada por delatores como receptora de dinheiro desviado da Petrobras. Durante a operação de ontem, a PF também cumpriu um mandado na casa de Marice e apreendeu vários documentos.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.