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São Paulo

Cunhado de Alckmin depõe e nega tráfico de influência

O contrato, firmado em janeiro de 2006, foi julgado irregular pelo TCE, em acórdão em julho de 2010

Alvo de inquérito civil do Ministério Público Estadual por suspeita de tráfico de influência para favorecer a Sisp Technology S.A. - contratada pela Prefeitura de Pindamonhangaba (SP) -, o empresário Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), depôs na segunda-feira na promotoria por uma hora e negou "qualquer vínculo" com a empresa. Ele admitiu, no entanto, ser amigo de José Araújo Ribeiro, sócio da Sisp. Ao deixar a promotoria, Paulão não quis falar sobre o caso. "Nenhuma palavra."

O contrato, firmado em janeiro de 2006, foi julgado irregular pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), em acórdão de julho de 2010. A Sisp ganhou a licitação para fornecimento de acesso online a sistemas integrados de gestão pública pela internet. O Ministério Público vê irregularidades - diversas empresas retiraram o edital, mas apenas a Sisp tinha condições de atender às exigências impostas pela administração municipal.

A prefeitura já desembolsou R$ 4,54 milhões para a Sisp. O cunhado do governador teria recebido da empresa depósitos em conta, por meio de transferências eletrônicas. O Ministério Público rastreia sua movimentação financeira, mas decretou sigilo sobre essa parte da apuração.

O TCE aplicou multa de 100 Ufesps (Unidade Fiscal do Estado) ao prefeito João Ribeiro (PPS). A auditoria concluiu que o contrato foi marcado por "julgamento nitidamente subjetivo", em detrimento do artigo 30, parágrafo 2.º, da Lei 8666 (Lei de Licitações). Para o TCE, o procedimento "frustrou o caráter competitivo do certame que, apesar de atrair o interesse de 17 empresas, terminou com a participação somente da contratada".

O advogado Gustavo Badaró, que defende Paulão, foi taxativo. "Transferências eletrônicas e dados bancários correm sob sigilo. Não posso falar nada." Badaró destacou que em outro procedimento sobre cartel da merenda, Paulão já compareceu três vezes à promotoria para prestar esclarecimentos.

A prefeitura informou que contratou uma empresa especializada porque necessitava de sistemas para a administração. "A empresa (Sisp) foi contratada após vencer um processo licitatório por meio de pregão." O advogado Agenor Nakazone, que defende o dono da Sisp, disse que ainda não teve acesso ao inquérito e não poderia se manifestar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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