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Lula em uma de suas últimas visitas a Curitiba, em julho: popularidade do presidente só cresce na cidade | Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Lula em uma de suas últimas visitas a Curitiba, em julho: popularidade do presidente só cresce na cidade| Foto: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo

Popularidade de Beto Richa cresce de novo e chega a 89,6%

Três meses depois da sua reeleição, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), bateu um novo recorde de popularidade. Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas encomendado pela Gazeta do Povo mostra que 89,6% dos curitibanos aprovam sua gestão – índice superior à votação que alcançou nas urnas em outubro, quando recebeu 77% dos votos.

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Aprovação de Requião diminuiu desde 2006

Enquanto o presidente Lula (PT) e o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), aumentaram o índice de popularidade entre os curitibanos, o governador Roberto Requião (PMDB) ficou patinando no mesmo patamar. Ele não ganhou nem perdeu, de acordo com levantamento do Paraná Pesquisas encomendado pela Gazeta do Povo. A aprovação ao governo estadual está no mesmo patamar de um ano atrás e oscila na casa dos 50%.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece ter vencido a resistência que o curitibano tinha em relação a ele. Levantamento de opinião realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas com exclusividade para a Gazeta do Povo mostra que a cidade está em lua-de-mel com o presidente. A aprovação ao governo Lula, que tradicionalmente oscilava em torno dos 50%, saltou para 75,9%, a maior já registrada na cidade. Já a quantidade de curitibanos que desaprovam o presidente, que costumava ser ligeiramente menor do que os que o aprovavam (cerca de 40%), caiu para 20,6%.

As pesquisas sobre o governo Lula mostram que a popularidade do presidente vem crescendo de forma significativa na cidade. De julho de 2007 a dezembro de 2008, houve um salto de 24,6 pontos porcentuais no número de satisfeitos com a administração Lula. Além disso, quase metade dos curitibanos – 47% –, hoje considera que o segundo mandato do presidente melhorou em relação ao primeiro, que ocorreu entre 2003 e 2006.

Entre os entrevistados, Lula tem maior aceitação entre as mulheres, com 78,5% de aprovação. A faixa etária em que a popularidade de Lula é mais alta é entre 35 a 44 anos (83,2%).

O levantamento da Paraná Pesquisas revela ainda que o presidente continua tendo maior aceitação nas camadas com menor grau de escolaridade. A maioria dos que se dizem satisfeitos com o governo Lula (80,2%) tem apenas o ensino fundamental. A maior parcela que desaprova o mandato de Lula está entre aqueles que têm nível de ensino superior. Para 37,9% dos que concluíram uma faculdade, o governo do PT é ruim.

Marketing e exposição

A situação bastante confortável do presidente junto à opinião pública num momento de crise nacional e, principalmente, numa capital que sempre apresentou resistência para eleger governantes de partidos de esquerda, chamou a atenção dos especialistas. Para alguns, é o resultado da grande exposição na mídia e de um marketing pessoal bem feito. Outros estudiosos atribuem os altos índices de aprovação ao bom desempenho da economia do país e aos projetos populares que estão sendo colocados em prática pelo presidente.

Para a cientista política Maria Lúcia Victor Barbosa, autora do livro "O voto da pobreza, a pobreza do voto", os números são surpreendentes, mas podem ser explicados pela exposição continuada do presidente Lula na televisão e a postura dele em relação à crise mundial. "Ele sempre diz que a crise não é do Brasil, mas dos Estados Unidos, e as pessoas se posicionam ao lado dele. Ele está fazendo um esforço para manter a popularidade e antecipar qualquer efeito negativo sobre ele próprio quando a crise chegar aqui", diz Maria Lúcia, que é professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Segundo ela, na tentativa de passar a imagem do "salvador da pátria", o presidente adota subliminarmente uma postura "antiamericana" e tenta despertar o otimismo dos brasileiros. "Em momento nenhum ele fala que as montadoras estão dando férias coletivas, que as vendas caíram, que o crédito está mais difícil e o desemprego aumentou, mas diz que nós somos brasileiros e capazes de superar tudo o que acontece. Essa propaganda influencia muito a população", analisa Maria Lúcia.

O cientista político Ricardo Oliveira, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), diz que o bom resultado da economia até agora está diretamente vinculado à imagem do presidente. "Depende sempre da performance da economia. Se a crise começar a atingir o país, vai provocar também impacto na popularidade do presidente. Caso contrário, há expectativa de a popularidade continuar em alta." Outro fator que teria sido decisivo para explicar a aprovação a Lula, segundo Oliveira, é que em 2008 não houve nenhum escândalo político ligado ao governo ou ao PT como em anos anteriores.

Para o professor, o bom desempenho revelado pela pesquisa não tem relação nenhuma com uma eventual mudança no comportamento dos curitibanos diante do PT. Oliveira lembra que, na eleição de 2002, Lula venceu no Paraná e já teve bons índices de votação em Curitiba. As últimas duas eleições para presidência confirmam essa tendência. No segundo turno da eleição de 2002, Lula fez 585.548 votos em Curitiba contra 319.312 de José Serra (PSDB). Em 2006, o presidente conseguiu 454.912 votos e quase alcançou o concorrente Geraldo Alckmin (PSDB), com 501.954 votos.

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