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Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça | Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação
Paula Lima solta a voz na capital, nesta terça| Foto: Divulgação/Angélica Fenley Belich Assessoria em Comunicação

Uma proposta que tramita na Assembléia Legislativa do Paraná promete polêmica entre vestibulandos e universidades. O líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), apresentou projeto de lei que determina a unificação da data dos vestibulares nas universidades e faculdades públicas estaduais. O deputado afirma que, se aprovada, a lei pode ajudar quem mora na região da instituição.

O projeto foi apresentado na semana passada na Assembléia e está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pode ir a plenário nos próximos dias. De acordo com a proposta, a data única será definida pelo Ministério da Educação e adotada pelas instituições, que deverão manter os concursos de inverno e verão.

Romanelli reconhece que o projeto é polêmico, mas que as universidades e faculdades têm que cumprir seu papel de atender a macrorregião onde estão inseridas. "É claro que, em tese, os vestibulares em datas não coincidentes promovem o turismo estudantil e levam mais inscrições para as universidades, mas prejudicam os estudantes que não podem se deslocar de uma região para outra", afirma. Dessa forma, segundo ele, o projeto de lei pretende promover uma política pública de atendimento aos candidatos que residem em cidades próximas à instituição desejada.

O deputado discutiu a proposta apenas com um grupo de professores e não com os representantes das instituições estaduais. Para o diretor do concurso vestibular da Universidade Estadual do Oeste (Unioeste), João Carlos Cattelan, a sugestão é inviável. A instituição realiza o vestibular em duas etapas e, segundo o diretor, a dinâmica do processo estaria comprometida se houvesse data única. "Minha primeira impressão é de que a lei é ingênua", disse Cattelan. Ele entende que as universidades são públicas e estão abertas a candidatos de todas as regiões e estados.

O presidente da Comissão Permanente de Seleção (CPS) da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Antônio Carlos Schafranski, lembra que a decisão é política e que, independentemente do projeto de lei, se a Secretaria de Estado de Ciências, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) determinar a unificação, as universidades têm que cumprir. Ele acredita que a mudança não trará problemas administrativos, no entanto, acrescenta que as datas coincidentes causam reclamações da população.

O reitor da UEPG, João Carlos Gomes, diz que o assunto foi discutido informalmente ontem no Conselho de Administração e que a opinião geral é que a proposta limita a escolha do vestibulando. Por outro lado, segundo ele, valoriza a regionalização.

O projeto foi mal recebido pela vestibulanda Larissa Bowens, de Ponta Grossa. Ela pretende prestar concurso para o curso de Medicina nas universidades estaduais de Londrina e de Maringá no final deste ano e afirma que, se a lei já estivesse em vigor, teria de optar pela faculdade mais próxima ou outro estado que ofereça o vestibular em data diferente.

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