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Os três caciques tucanos juntos na campanha de 2014. | Marcelo Ribeiro/ Alckmin 45/Fotos Públicas
Os três caciques tucanos juntos na campanha de 2014.| Foto: Marcelo Ribeiro/ Alckmin 45/Fotos Públicas

O andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) expõe um racha entre integrantes do PSDB, que divergem sobre a participação do partido em um possível governo Michel Temer (PMDB). Enquanto o presidente do partido, senador Aécio Neves (MG), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendem apenas apoio a Temer, o senador José Serra (SP) e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sinalizam que a legenda pode, além disso, ocupar cargos na gestão do peemedebista.

A posição do partido neste momento é considerada crucial para ditar os rumos das eleições 2018. Enquanto Aécio, que despencou em pesquisas de intenção de votos para a Presidência, aposta em maior independência do PSDB para garantir protagonismo do partido no próximo pleito, Serra pensa em cacifar um ministério de Temer – o que garantiria a ele um retorno aos holofotes da política nacional. Alckmin também corre por fora em uma possível candidatura.

Uma reunião da Executiva Nacional do PSDB, marcada para o próximo dia 3 de maio, vai definir o rumo do partido. Por enquanto, a maioria do colegiado defende a linha majoritária do PSDB: não participar do governo Temer com cargos. Há uma avaliação de que o partido pouco teria a ganhar, já que Temer enfrentará uma situação de grave crise econômica e convulsão política.

Apesar de estarem do mesmo lado na questão, Alckmin e Aécio diferem no “nível de pressão” sobre o tema. O governador é mais enfático em relação a possível entrada de Serra no governo peemedebista, propondo punições a dissidentes. Já Aécio declarou que não pretende “dar uma de PT e expulsar do partido” e afirma que não irá impedir que tucanos participem do governo, mas que não haverá indicação oficial do PSDB.

Paranaenses

Os tucanos paranaenses concordam com o clima de cautela. Na sexta-feira (22), o governador Beto Richa disse que o diálogo com um possível governo Temer deve melhorar em comparação com os petistas, mas foi contido ao falar da possível participação do PSDB no Planalto. “É um pouco cedo ainda para falar nisso, mas é importante a governabilidade e o apoio necessário para que o governo possa retomar o crescimento no país”, declarou.

Presidente do partido no estado, o deputado estadual Ademar Traiano avalia que a composição de um novo governo com ministros tucanos seria boa para o Paraná, mas que isso não se reproduz nacionalmente. “O Paraná viveu uma discriminação nos últimos anos, então seria bom para nós. Mas, a nível nacional, é preciso dar apoio e sustentabilidade política, não se comprometer com estruturas, para ficar isento para o futuro”, acredita.

Recém-chegado na Câmara dos Deputados, Nelson Padovani aposta que seu partido não deve “exigir” de Temer uma “situação que traga desconforto a ele ou ao governo”, como a concessão de postos do primeiro escalão à legenda. “O PSDB jamais vai exigir cargos”, aponta. Ele confia também numa ascendência de Aécio Neves nas pesquisas para 2018. “Até mesmo depois da votação do impeachment [na Câmara], ele alavancou muito no papel de líder”, diz.

Já o também deputado federal Luiz Carlos Hauly acredita que o partido deve liberar seus filiados a participar do governo, mas sem esquecer do próximo pleito presidencial. “O partido tem um projeto de poder, mas temos que ter paciência nesse processo, não podemos negar um apoio para um novo governo de pacto nacional”, avalia.

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