
São Paulo - Passados 39 meses de silêncio tático, o governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência, José Serra (PSDB), lançou-se ontem num confronto ao governo Lula e sua candidata, a ministra Dilma Rousseff. Em sua despedida do Palácio dos Bandeirantes Serra entrega sua carta de renúncia amanhã o governador de São Paulo transformou sua prestação de contas, justificativa oficial para o evento que reuniu 6 mil pessoas na sede do governo, no seu mais crítico discurso já feito ao governo federal.
Apresentando-se pela primeira vez como candidato, usou termos duros ao pregar a "honra" como um princípio de seu governo. "Aqui não se cultiva escândalos, malfeitos, roubalheira, mas também porque nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o malfeito", afirmou.
Serra que atravessou a madrugada para redação do discurso contrapôs seu governo ao do PT. Ainda que sem fazer uma única menção ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao mensalão, disse que a relação de sua administração com a Assembleia Legislativa foi marcada pela transparência em favor do povo. Dizendo que não administra segundo a coloração partidária, atacou: "A gente serve ao interesse público, não às máquinas partidárias. Governamos para o povo e não para partidos".
Alvo de manifestações dos sindicatos, Serra deixou clara a disposição de imprimir no PT o rótulo de sectarismo. "Jamais incentivei o confronto gratuito. Jamais mobilizei falanges de ódio. [...] E nisso não vou mudar", afirmou.
O governador encerrou seu discurso citando a frase presente no brasão do estado de São Paulo ("Pelo Brasil, façam-se as grandes coisas") e com um lema que deve nortear seus discursos de candidato: "Vamos juntos, o Brasil pode mais!".



