• Carregando...

O debate entre os candidatos à presidência da Câmara nesta segunda-feira (29) acirrou ainda mais o "racha" na base do governo, principalmente depois das declarações finais de Aldo Rebelo (PC do B-SP), que disputa a reeleição. Segundo ele, o PT não merece mais poder dentro do Congresso.

O clima foi de mal-estar entre os deputados da base aliada após o encontro desta segunda. Ao fazer as considerações finais, Aldo criticou o que considera "concentração de poder" nas mãos do PT.

"Não creio que se deva dar ainda mais força a um único partido. Não julgo prudente para o próprio PT a concentração de poderes", disse o atual presidente da Câmara.

Na avaliação de aliados dos três candidatos, Aldo, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Gustavo Fruet (PSDB-PR), o debate dificilmente somou ou retirou votos de cada um, mas demonstrou que há uma disputa cada vez mais intensa na base do governo, dividida entre o atual presidente da Câmara e o petista.

Para Aldo, criticar o PT foi apenas uma atitude para mostrar opinião sobre o assunto. "É bom encerrar o debate com opiniões firmes e claras. Ruim é omitir sua opinião sobre a disputa. Não houve hostilização. É uma diferença de opinião entre PT e PSB e PC do B (que o apóiam)"', disse.

Já Chinaglia preferiu ironizar as declarações de Aldo. "Me sinto homenageado. É normal que o candidato que esteja mais na frente receba essa pressão intensa. Não quero fazer a defesa isolada do PT. Mas não é justo não respeitar a decisão do povo de fazer do PT um partido forte", disse.

Fruet procura aproveitar-se da briga entre os outros dois candidatos. "O debate mostrou qual é a lógica da campanha: uma disputa autofágica na base do governo. Uma disputa entre partidos", afirmou.

"O debate ajudou a evidenciar essas diferenças: a crise na base e o governismo. Aldo já teve uma oportunidade e Chinaglia mostrou que terá conflitos com os partidos", disse o deputado tucano. Aliados criticam e defendem

O líder do PT, Henrique Fontana (RS), considerou "infeliz" a postura de Aldo. "Acho que foi uma frase infeliz, porque a história do PT não tem a ver com isso. Alimentar esse tipo de coisa é um preconceito", disse.

Para Fontana, o clima ruim que ficou após o debate não deve prejudicar nenhuma das candidaturas, muito menos a base aliada do governo. "Não acredito nisso. A base é muito mais que uma frase".

Já na avaliação do líder do PSB e aliado de Aldo, Renato Casagrande (ES), as críticas ao PT são normais na reta final da disputa marcada para quinta-feira (1).

"Ninguém vai para uma guerra com revólver de água. Nós questionamos desde o começo a concentração de poder nas mãos do PT", disse.

Casagrande concorda com Fontana e acha que o debate não deve alterar o quadro de votos até quinta. "Não altera resultado, mas consolida o perfil de cada um".

Aliado de Fruet, o deputado eleito Albano Franco (PSDB-SE) também compartilha da opinião de que o debate não deve ter muito efeito na briga pelos votos dentro da Câmara.

"Amanhã poderemos ter uma noção. Mas acho difícil mudar algo. Mesmo assim, acredito que meu candidato foi bem", disse.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]