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Supremo

Defesa de João Paulo Cunha diz que acusação é “fantasmagórica”

Na quinta sessão de julgamento do mensalão, advogado disse que petista, que é candidato à prefeitura de Osasco, não cometeu crimes de lavagem de dinheiro e peculato

O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor de Cunha, negou irregularidades na contratação da empresa do publicitário Marcos Valério | José Cruz/ABr
O advogado Alberto Zacharias Toron, defensor de Cunha, negou irregularidades na contratação da empresa do publicitário Marcos Valério (Foto: José Cruz/ABr)

Em sua defesa durante a quinta sessão de julgamento do mensalão, ontem, no Supremo Tribunal Federal (STF), o advogado do deputado federal e candidato a prefeito de Osasco João Paulo Cunha (PT-SP) tentou apontar contradições na denúncia do Ministério Público Federal (MPF). O advogado Alberto Zacharias Toron qualificou a denúncia como "fantasmagórica". Também foram ouvidos ontem os defensores do ex-secretário de Comunicação da Presidência Luiz Gushiken e de três réus ligados ao Banco Rural.

O advogado de Cunha disse que o MPF ignorou provas para sustentar acusações de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro contra Cunha. Segundo ele, não houve lavagem quando a mulher do deputado sacou R$ 50 mil do Banco Rural. Toron disse que o dinheiro era do PT e foi usado para pagar pesquisas eleitorais.

Para a Procuradoria Geral da República (PGR), o publicitário Marcos Valério, apontado como operador do mensalão, procurou Cunha e ofereceu dinheiro para ser privilegiado em processo licitatório da Câmara, que era comandada pelo petista na época. Toron negou que tenha havido peculato na contratação da agência SMP&B. "A lei não impedia a subcontratação e os laudos apontam que os serviços foram prestados". O advogado ainda comentou a participação de Cunha nas eleições. "Ele se expõe, aparece e mostra a cara porque não praticou crime". Cunha é o único réu do mensalão que concorre nas eleições deste ano.

A defesa de Luiz Gushiken cobrou que o MPF prove a inocência do seu cliente. O ex-ministro está entre os réus do mensalão porque teria autorizado o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato a adiantar os pagamentos do fundo Visanet para a DNA, outra agência de Valério. No entanto, a PGR não pediu a sua condenação, por entender que não há provas suficientes contra ele. Para o advogado Luís Justiniano Arantes, a PGR errou ao denunciar o ex-ministro com base na fala de Pizzolato à CPI que investigou o caso. "Um depoimento colhido sob flashes".

O advogado e ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos foi o primeiro a falar ontem. No primeiro dia de julgamento, ele pediu o desmembramento do processo, mas o pedido foi rejeitado. Ontem, Bastos disse que, para envolver o seu cliente, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, no processo do mensalão "é preciso revogar a Teoria da Relatividade". Segundo Bastos, no momento dos empréstimos tomados pela SMP&B e pelo PT, Salgado não cuidava da área. "É a revogação do conceito de tempo".

A defesa de Vinicius Samarane, dirigente do Banco Rural, disse que seu cliente não integrava a cúpula do banco. O advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, defensor de Ayanna Tenório, ex-diretora do banco, disse que ela virou ré e está "com a vida destruída" por ter trabalhado na instituição.

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