
O advogado do doleiro Alberto Youssef, Antônio Figueiredo Basto, negou ontem qualquer envolvimento de seu cliente com o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB) ou com o senador Antônio Anastasia (PSDB). Em um depoimento à Polícia Federal, o policial Jayme Alves de Oliveira Filho, apontado como um dos subordinados a Youssef no esquema desvendado pela Operação Lava Jato, afirmou que entregou dinheiro na casa de Cunha e de Anastasia a mando do doleiro.
"Não há nenhuma relação do meu cliente com o Cunha e com o Anastasia", disse Basto. "Isso é um factoide criado para tumultuar as investigações", afirmou o advogado.
Basto disse que protocolará hoje uma petição para que o vazamento de informações da delação premiada de Youssef seja investigado pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF). "Essa tentativa de levantar factoides não é interesse do meu cliente, e sim de terceiros que têm interesse em invalidar a colaboração", disse. "Isso nós não vamos permitir."
Histórico
Preso na Operação Lava Jato, Jayme Alves foi solto em novembro. Atualmente mora no Rio de Janeiro e está afastado do cargo de agente da PF. Jayme, conhecido como Careca, era responsável pela entrega de dinheiro a mando de Youssef.
Em depoimento à Polícia Federal que veio à tona na semana passada, Alves afirma que entregou dinheiro a Eduardo Cunha (PMDB) em uma casa na Barra da Tijuca, no Rio. O policial também afirmou ter entregue R$ 1 milhão a Antônio Anastasia (PSDB) em Belo Horizonte (MG). Cunha e Anastasia negam envolvimento com o doleiro.
Petrobras antecipa o 13.º para compensar adiamento da PLR
Estadão Conteúdo
A Petrobras decidiu antecipar o pagamento do 13.º salário deste ano dos seus funcionários para compensar o adiamento do pagamento de Participação de Lucros e Resultados (PLR). O benefício deveria ter sido pago no último dia 10, conforme acordo com sindicalistas. A empresa alegou que, sem a divulgação do balanço financeiro do terceiro trimestre de 2014, estaria "impossibilitada" de calcular os valores relativos ao benefício.
A proposta de antecipar o 13.º salário foi apresentada por sindicalistas da Federação Única dos Petroleiros como alternativa ao adiamento da PLR. A decisão foi tomada após um pequeno protestos de sindicalistas na entrada do edifício sede da estatal, no Rio de Janeiro. Em nota, a companhia informou que realizará os pagamentos até o dia 19.
Tradicionalmente, a PLR era paga em duas parcelas: 40% em janeiro, calculados a partir da média de resultados dos primeiros três trimestres do ano anterior, e 60% em julho, após a consolidação dos dados financeiros da empresa. Já o benefício do 13.º salário tinha metade do valor depositado em fevereiro.
"Esse acordo tem mais de 20 anos. Solicitamos que adiantasse para janeiro, pois a PLR ainda vai depender se a empresa terá ou não lucro, em função do impacto no balanço financeiro das investigações [da Operação Lava Jato]", afirmou o dirigente da federação, José Maria Rangel.
Balanço
A Petrobras prevê a divulgação do balanço não auditado até o dia 30 de janeiro.
Executivos pedem apuração de vazamentos
Amanda Audi
A defesa de empresários da empreiteira OAS investigados na Operação Lava Jato solicitou, ontem, que a Polícia Federal (PF) apure os vazamentos de informações prestadas em depoimentos de delação premiada. Na semana passada, a defesa do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, que também prestou depoimento, fez o mesmo pedido.
A PF já anunciou, em pelo menos três ocasiões, que iniciaria investigações sobre vazamentos. Até agora, porém, não há sinal de que alguma apuração tenha surtido resultado.
No documento enviado à Justiça Federal, os advogados pedem para que "seja certificado se há determinação judicial para investigar os vazamentos". Eles citam reportagens com informações sigilosas prestadas pelo doleiro Alberto Youssef e por Rafael Ângulo Lopez, que teria atuado como "transportador" do doleiro.
"A tais documentos só têm acesso agentes públicos ou advogados de delatores, o que implica, por lógica, que algum deles seja a fonte dos vazamentos", diz o texto. A defesa sugere que os autores respondam pelo artigo 154 do Código Penal, que prevê detenção de três meses a um ano ou multa.




