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Casa de Joesley Batista, dono da JBS, foi alvo de mandado de busca e apreensão | Jorge Araújo/Folhapress
Casa de Joesley Batista, dono da JBS, foi alvo de mandado de busca e apreensão| Foto: Jorge Araújo/Folhapress

O ex-vice-presidente da Caixa Econômica Federal Fábio Cleto afirmou em sua delação premiada que recebeu R$ 680 mil de propina da empresa Eldorado Brasil Celulose, do grupo J&F, controlador da JBS.

Cleto ainda apontou diretamente o dono do grupo, Joesley Batista, como responsável pelos pagamentos de propina.

As informações foram usadas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) buscas em endereços ligados à Eldorado e também a prisão preventiva do corretor de valores Lúcio Bolonha Funaro, operação realizada nesta sexta-feira (1º).

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A Eldorado se beneficiou de um aporte de R$ 940 milhões do fundo de investimentos do FGTS, liberado mediante o pagamento de propina a Cleto, Funaro e ao deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Cleto fazia parte do conselho do FI-FGTS, tendo atuado pela liberação do montante.

“Aprovada a operação, Fábio Cleto foi comunicado por Eduardo Cunha que receberia um valor de R$ 680 mil a título de propina”, afirmou Janot no pedido de buscas.

Segundo Cleto, ele também ajudou na flexibilização de regras do contrato firmado com a Eldorado, o que não é comum ocorrer nos investimentos do FI-FGTS.

Além do pagamento de R$ 680 mil, Cleto contou aos investigadores em sua delação premiada que Funaro prometeu-lhe pagar mais R$ 1 milhão devido à reestruturação da operação que permitiu a Eldorado não cumprir determinada previsão contratual. Embora “prometido e aceito”, o montante “nunca foi pago” por Funaro, disse Cleto.

Janot aponta ainda que Funaro tinha relação próxima com Joesley Batista e inclusive fizeram uma viagem juntos, com a participação de Cleto, para o Caribe.

A PGR aponta que, pelos indícios colhidos, Joesley pode ter feito os pagamentos de propina sem o conhecimento dos demais sócios da J&F.

“Se há relação entre Lúcio Bolonha Funaro e Joesley Batista, ultrapassa o aspecto ‘profissional’, é possível que haja elementos de convicção na residência de Joesley. Reforça essa possibilidade o fato de que apenas um dos três sócios da J&F, o Joesley, ter sido apontado como participante das tratativas de pagamento da propina pelo colaborador”, escreveu Janot.

Outro lado

Em nota, a Eldorado informou: “A Eldorado confirma que a Polícia Federal realizou busca e apreensão em suas dependências em São Paulo na manhã de hoje. A companhia desconhece as razões e o objetivo desta ação e prestou todas as informações solicitadas. A Eldorado sempre atuou de forma transparente e todas as suas atividades são realizadas dentro da legalidade. A companhia se mantém à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos adicionais”.

A defesa de Funaro disse ter “convicção” de que vai provar sua inocência ao longo do processo.

A defesa de Cleto não comentou.

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