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escândalo de corrupção

Delatores implicam mais um diretor da Petrobras no esquema da Lava Jato

Doleiro Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa dizem que José Carlos Cozenza recebeu comissões de empreiteiras

Vista da refinaria Repar, em Araucária: atual diretor de abastecimento da Petrobras é o novo envolvido nas suspeitas de corrupção | Felipe Rosa / AGP
Vista da refinaria Repar, em Araucária: atual diretor de abastecimento da Petrobras é o novo envolvido nas suspeitas de corrupção (Foto: Felipe Rosa / AGP)
Temer: decisão ainda em 2014 |

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Temer: decisão ainda em 2014

Cozenza: novo suspeito |

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Cozenza: novo suspeito

José Sérgio Gabrieli |

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José Sérgio Gabrieli

As investigações da Operação Lava Jato indicam que ao menos um integrante da atual direção da estatal também estaria envolvido no esquema de desvio de recursos da empresa. O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, que firmaram acordo de delação premiada, afirmaram que o atual diretor de abastecimento da estatal, José Carlos Cosenza, recebeu "comissões" de empreiteiras contratadas pela estatal.

Cosenza substituiu Paulo Roberto Costa na diretoria de abastecimento. Em recente depoimento à CPI mista da Petrobras, Cosenza negou que soubesse de irregularidades na estatal.

Recentemente, Costa havia implicado outro integrante da cúpula da estatal no esquema. Disse que recebeu R$ 500 mil de propina paga por Sérgio Machado, presidente licenciado da Transpetro, subsidiária da Petrobras.

Questionamento

A denúncia contra Cosenza foi revelada em um questionamento feito pelo delegado da Polícia Federal (PF) Agnaldo Mendonça Alves no interrogatório de um dos executivos presos na sexta-feira passada. "Paulo Roberto e Alberto Youssef mencionaram o pagamento de comissões pelas empreiteiras que mantinham contratos com a Petrobras para si, para os diretores [Renato] Duque, [Nestor] Cerveró e Cosenza e para agentes políticos. Confirma?", questionou o delegado em depoimento no sábado.

A pergunta foi feita a Othon Zanoide de Moraes Filho, da construtora Queiroz Galvão. Moraes Filho disse desconhecer o pagamento de comissões e que nunca teve conversa com ambos sobre o assunto. A respeito do atual diretor da Petrobras, o executivo da Queiroz Galvão disse conhecê-lo da época em que Cosenza trabalhava como subordinado de Costa.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa da Petrobras, mas não obteve retorno até o fechamento da edição. O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, negou que seu cliente tenha praticado qualquer irregularidade. A defesa de Renato Duque também tem negado que seu cliente tenha tido participação em irregularidades e desvios.

Dilma pode mudar cúpula da estatal, diz TemerEstadão Conteúdo

O vice-presidente Michel Temer disse ontem que a presidente Dilma Rousseff poderá fazer mudanças na diretoria da Petrobras até o fim do ano. "A presidente tomará as deliberações agora ou no final do ano em relação a essa matéria [mudança da diretoria da estatal]", disse Temer. Questionado sobre a situação da atual presidente da Petrobras, Graça Foster, Temer desconversou e disse apenas que a permanência ou não dela à frente da estatal "é uma questão administrativa".

O vice afirmou ainda que, após a prisão de diretores das principais construtoras do país envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras na última sexta-feira, poderá ser preciso fazer uma "repactuação" dos contratos mantidos por elas com a estatal. "Acho que pode haver uma repactuação das obras na Petrobras, para eliminar eventuais exageros [nos preços]."

Graça Foster admite saber de propinaFolhapress

A presidente da Petrobras, Graça Foster, admitiu ontem que já tinha, desde meados do ano, a informação de que a empresa holandesa SBM Offshore fez pagamento de propina a "empregado ou ex-empregado da Petrobras".

Até então, a Petrobras não havia comunicado oficialmente que tinha recebido tal informação.

Apuração interna

O que vinha sendo dito - e que foi repetido na última sexta-feira, quando a Petrobras voltou ao tema por meio de um comunicado – era que uma comissão de apuração criada em fevereiro, quando as denúncias tornaram-se públicas, havia investigado internamente, durante 45 dias, mas nada havia sido descoberto. E que, depois disso, a apuração continuou, e relatórios complementares haviam sido enviados à Controladoria Geral da União e ao Ministério Público Federal.

O comunicado da semana passada foi emitido no contexto do acordo fechado entre o Ministério Público holandês, que investigava o caso, e a SBM.

"Passadas algumas semanas, alguns meses [da investigação interna da Petrobras], eu fui informada de que havia, sim, pagamentos de propina para empregado ou ex-empregado da Petrobras. Imediatamente, e imediatamente é ‘imediatamentemente’, é que informamos a SBM de que ela não participaria de licitação conosco enquanto não fosse identificada a origem, o nome de pessoas que estão se deixando subornar na Petrobras", afirmou a presidente da Petrobras.

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